sábado, outubro 5, 2024
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Autoridades se reúnem no Congresso para relembrar 8 de janeiro; saiba como será a cerimônia

Os atos criminosos de 8 de janeiro completam um ano nesta segunda-feira. Na ocasião, vândalos invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, causando caos e tumulto na capital federal.

Para rememorar os ataques, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou governadores, parlamentares e demais autoridades para participarem de solenidade no Congresso Nacional, a partir das 15h.

Conforme apurou a CNN, o Palácio do Planalto quer dar um caráter institucional ao ato que marcará um ano dos ataques. A estratégia, segundo interlocutores da Presidência, é demonstrar união entre os Poderes, e consequentemente, isolar o bolsonarismo.

Na mesa de honra da cerimônia, devem estar presentes a primeira-dama, Janja da Silva, e o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB). A organização do evento convidou os 27 governadores, os prefeitos de capitais, parlamentares, ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) e presidentes e ministros de tribunais superiores.

Durante uma reunião em dezembro, Lula cobrou a presença de seus 38 ministros.

Na abertura do ato, haverá a execução do hino nacional pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, acompanhada de grupo musical. Encerrando a solenidade, as autoridades da mesa de honra irão até a entrada do Salão Nobre do Senado Federal, para a entrega simbólica da tapeçaria de Burle Marx e de uma réplica da Constituição Federal.

A obra de Burle Marx foi criada em 1973 e vandalizada durante a invasão do Congresso Nacional. Após minucioso trabalho de restauração, a tapeçaria foi reintegrada ao patrimônio do Senado. Já a réplica da Constituição foi recuperada, sem qualquer dano, após ter sido furtada do Supremo Tribunal Federal (STF), também no dia 8 de janeiro.

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), será a primeira a fazer um pronunciamento. Escalada para representar os governadores, Bezerra deve fazer críticas aos que tentaram e apoiaram um golpe no país, além de fazer uma defesa da democracia e pedir por pacificação.

Única mulher prevista para falar na solenidade que ocorrerá no Senado, a governadora ficou com essa missão porque é a suplente do presidente do Fórum dos Governadores, Ibaneis Rocha (MDB), chefe do Executivo do Distrito Federal, que não estará presente na cerimônia.

Em seguida, discursam o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O presidente Lula será a última autoridade a discursar na solenidade. Auxiliares do presidente afirmam que a ideia é que ele não fale de improviso no ato.

Um discurso com uma defesa enfática da democracia foi preparado por assessores, de acordo com integrantes do Planalto. O mandatário, no entanto, tem um longo histórico de fugir do roteiro, mesmo tendo textos prontos à frente.

Além de convocar as celebrações para marcar um ano dos atos de 8 de janeiro, Lula pediu a líderes ligados ao PT e a outros partidos de esquerda que façam também mobilizações regionais para a data.

O objetivo, disse à CNN um interlocutor do presidente, é pulverizar as manifestações pelo país, para contemplar parte da militância que não puder se deslocar até a capital federal.

Em São Paulo, a tarefa foi repassada à Frente Brasil Popular, que mantém vínculo com o PT e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), e também à Frente Povo sem Medo, que tem relação próxima com o PSOL.

A previsão inicial dos organizadores é que o ato reúna entre 10 mil e 15 mil pessoas, na Avenida Paulista, próximo ao Masp. A ideia é que o evento seja marcado por cartazes, faixas e discursos em defesa da democracia.

A oposição ao governo do presidente Lula no Senado divulgou, na noite de quinta-feira (4), um manifesto contra o ato convocado pelo petista. O documento encabeçado por Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição, critica “o abuso de poderes” do STF e prega a “volta à normalidade democrática”.

O manifesto é assinado por 30 senadores, entre líderes do PL, PP, Republicanos, PSDB e Novo, além de Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e Sérgio Moro (União Brasil-PR).

Eles condenam “vigorosamente os atos de violência e a depredação dos prédios públicos ocorridos no dia 8 de janeiro” e endossam as palavras do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que, em entrevista em 23 de novembro, afirmou que “nenhuma instituição tem o monopólio da defesa da democracia no Brasil”.

“Cada instituição possui um papel específico no fortalecimento dos alicerces democráticos”, ressalta o manifesto da oposição, que segue com críticas à conduta do STF.

“O abuso dos poderes e o uso indevido de interpretações de dispositivos constitucionais podem matar a democracia.”

(Publicado por Lucas Schroeder, com informações de Clarissa Oliveira, Jussara Soares e Estadão Conteúdo)

Via CNN

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