Os professores e gestores que participaram da Missão Educacional em Singapura foram recebidos, nesta segunda-feira (14), pelo secretário de Estado da Educação, Washington Bandeira. O encontro foi marcado pela troca de experiências, escuta ativa e alinhamento de estratégias que agora deverão ser multiplicadas nas Escolas de Tempo Integral de todo o Estado.
“Essa missão é mais um passo concreto na revolução educacional que estamos construindo no Piauí. E, agora, os educadores que vivenciaram essa experiência em Singapura têm uma nova missão: compartilhar tudo o que aprenderam com suas equipes, inspirar outros colegas e fortalecer a transformação que já está em curso. Teremos outras missões, sim, porque queremos ampliar essas oportunidades e consolidar um verdadeiro ecossistema de inovação, com foco em Tecnologia, Protagonismo Estudantil e Educação Integral”, destacou o secretário.
Durante seis dias, o grupo conheceu de perto o funcionamento de um dos sistemas educacionais mais bem avaliados do planeta — e retornou ao Brasil com o olhar ampliado, novas ideias e o compromisso de transformar cada experiência vivida em ações concretas na rede estadual.
Disciplina e cultura escolar que marcam
Para Júlia Castelo Branco, professora de História do Centro de Ensino de Tempo Integral (Ceti) Prof. Raldir Cavalcante Bastos, em Teresina, o que mais impressionou foi a forma como a disciplina está presente em cada etapa da Educação de Singapura — da infância à universidade.
“A disciplina é um dos pilares por lá. Mas não se trata de rigidez. É cultura escolar. É organização, respeito e clareza de objetivos. Tudo isso me marcou muito. Vou compartilhar esse aprendizado com meus alunos e com a equipe da escola”, relatou.
Planejamento que transforma a sala de aula
O Gestor Darkson Vieira Machado, do Ceti Augustinho Brandão, em Cocal dos Alves, destacou a força do planejamento aliado a materiais simples — uma fórmula que, segundo ele, garante resultados consistentes.
“Lá, o professor domina o conteúdo e executa uma aula de excelência com recursos didáticos básicos. O diferencial está no planejamento. Isso nos mostra que não é preciso tecnologia de ponta para ensinar bem, mas sim método, clareza e propósito”, explicou.
Metodologia ativa e tempo bem usado
Outro ponto observado foi a organização do tempo em sala de aula. Para o professor de Língua Portuguesa Raonix Sousa, do Ceti Francisca Pereira de Sousa Moraes, em Fronteiras, esse aspecto fez toda a diferença.
“As atividades têm tempo cronometrado. Tudo é planejado em equipe, por área. A coordenação pedagógica é presente, acompanha e avalia o que está sendo feito. Isso gera um ambiente dinâmico e focado. Volto com um novo olhar sobre como usar melhor o tempo em sala”, destacou.
Tecnologia como ferramenta de aprendizagem
Durante o encontro, os educadores também compartilharam impressões sobre o uso da tecnologia nas escolas de Singapura. Chamaram atenção o uso dos óculos de realidade virtual — já presentes em escolas da rede estadual — e a aplicação da inteligência artificial, tanto como ferramenta de ensino quanto como apoio na análise de dados pedagógicos.
O intercâmbio, segundo os participantes, foi uma experiência transformadora. “Agora, o desafio é colocar tudo em prática. Adaptando cada lição aprendida à realidade das escolas piauienses e inspirando mais professores a enxergarem que é possível ir além”, frisou a gestora Inez Maria Araújo Sousa, do Ceti José Narciso da Rocha Filho, de Piracuruca.
A Missão Singapura foi possível por meio de uma parceria entre o Governo do Estado e o National Institute of Education (NIE), da Universidade Tecnológica de Nanyang. A ação integra o Programa de Formação Continuada da Seduc-PI e reforça o compromisso do Estado com uma Educação pública conectada às melhores práticas do mundo.