O que você pensa quando falamos na Antártida? Provavelmente uma das principais respostas é gelo. Ela não está errada, mas saiba que a situação está mudando em função das mudanças climáticas, deixando a região cada vez mais verde.
A conclusão faz parte da análise de imagens e dados captados pelos satélites Landsats, da NASA, e processados na plataforma Google Earth Engine. Dessa forma, os cientistas da Universidade de Exeter, no Reino Unido, puderam quantificar estas mudanças.
Mapa mostra avanço da vegetação na Antártida
- Segundo os pesquisadores, a cobertura verde aumentou em mais de 10 vezes nos últimos 35 anos na Antártida.
- Mais especificamente, “a área de provável cobertura vegetal aumentou de 0,863 km² em 1986 para 11,947 km² em 2021, com aceleração da taxa de mudança nos últimos anos a partir de 2016]”.
- Esta recente aceleração na taxa de mudança na cobertura vegetal coincide com uma diminuição acentuada na extensão do gelo marinho na região Antártida.
- Para visualizar as transformações na região, os cientistas criaram um mapa formado por hexágonos que representam quantos quilômetros quadrados estão cobertos pela vegetação.
- As conclusões fazem parte de um estudo publicado na revista Nature Geoscience.
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Musgos e líquens são os responsáveis pela mudança de cenário
Os pesquisadores responsáveis pelo trabalho destacam que o avanço da vegetação não significa que florestas ou plantas estão crescendo onde antes só havia gelo. Esta mudança é causada quase que unicamente por musgos e líquens.
A equipe explica que “os musgos são capazes de colonizar superfícies rochosas nuas e fornecem a base para o futuro desenvolvimento do solo, como substrato para a consolidação de [outros] ecossistemas”. Estes organismos são o primeiro sinal de uma transformação ainda maior que poderá ocorrer em breve, dependendo das dinâmicas de aquecimento do planeta.
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Ainda de acordo com o trabalho, a presença humana na região pode acelerar estes processos. Isso porque excursões com fins científicos ou de turismo podem facilitar a disseminação de esporos e até de sementes invasoras, com capacidade de se proliferar no habitat com baixa competição por espaço. O vento também desempenha papel importante, trazendo outras espécies de forma natural.