Um dos cenários mais fascinantes do nosso Sistema Solar, os anéis de Saturno são o principal foco de astrônomos devido à sua visibilidade extremamente brilhante, mesmo a uma distância (mínima) de 1,2 bilhão de quilômetros da Terra.
Além da importância astronômica, essas grandiosas estruturas celestes inspiraram milhares de artistas, de Stevie Wonder a Rita Lee, como símbolo de grandeza cósmica, mistério e beleza natural. Mas a inspiração está com data para desaparecer.
Um fenômeno astronômico relativamente raro (que acontece numa frequência de 13 a 15 anos), chamado “cruzamento do plano do anel” irá ocorrer no dia 23 de março de 2025. Próximo a esse dia, a visibilidade dos anéis irá diminuir aos poucos até sumir completamente.
Para observadores com telescópios amadores, o período em que os anéis parecem muito finos ou difíceis de observar pode se estender por várias semanas ao redor de cada uma das datas de cruzamento.
Causado por um alinhamento entre o planeta gasoso e a Terra, o desaparecimento dos anéis permitirá que observemos Saturno como uma grande esfera amarela pálida, na maioria dos telescópios, ou com uma pequena linha sutil, nos mais poderosos.
O que são os anéis de Saturno?

Desde que Galileu Galilei fez a primeira observação telescópica de Saturno em 1610, e chamou seus anéis de orelhas, telescópios como o Hubble e sondas espaciais como a Cassini nos deram uma compreensão detalhada da natureza dinâmica e complexa dos anéis de Saturno.
Na verdade, o que chamamos de anéis não são uma estrutura sólidas, mas bilhões de partículas individuais. Entre 90% e 95% delas, são “compostos principalmente de gelo de água muito puro”, segundo medições do instrumento NIRSpec do Telescópio Espacial James Webb.
O restante contém rochas, poeira e compostos orgânicos, formando fitas de detritos que variam de partículas microscópicas até blocos do tamanho de casas. A espessura dos anéis, no entanto, varia de dez a cem metros.
Os anéis de Saturno são segmentados em divisões que foram descobertas ao longo do tempo, sendo A, B e C as principais e mais visíveis; e D, E, F e G as mais tênues e difíceis de observar.
Entre os anéis A e B, fica a chamada Divisão Cassini, um espaço escuro e expressivo, com aproximadamente 4,8 mil quilômetros de largura. Essas lacunas se formam, segundo os cientistas, quando movimentos orbitais e puxões gravitacionais “varrem” estes caminhos.
Como os anéis de Saturno irão desaparecer?