O principal evento do cinema espanhol garantiu mais uma vitória para o já premiadíssimo Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles. O longa brasileiro levou o prêmio Goya 2025 na categoria de melhor filme ibero-americano em cerimônia realizada no último sábado (8).
A produção concorreu com outros quatro filmes: El jockey, da Argentina; Agarrame fuerte, do Uruguai; No lugar da outra, do Chile; e Memorias de un cuerpo que arde, da Costa Rica. Essa foi a primeira vez que um filme brasileiro recebeu a indicação e, de fato, venceu.
O prêmio foi recebido pelo cantor uruguaio Jorge Drexler a pedido de Walter Salles, que escreveu uma carta caso a vitória se concretizasse. O brasileiro não participou da cerimônia, pois estava em Los Angeles, nos Estados Unidos, para uma sessão especial de Central do Brasil, também dirigido por ele e que representou o Brasil no Oscar em 1999.
“Ainda Estou Aqui é um filme sobre a memória de uma família, durante a longa noite da ditadura militar no Brasil, que está entrelaçada com a memória do meu país. Gostaria de dedicar esse prêmio ao cinema brasileiro, a Eunice Paiva e toda a sua família, a Fernanda Montenegro e a Fernanda Torres”, disse o diretor na carta.
And the Oscar goes to…
A expectativa agora é pela cerimônia do Oscar, marcada para 2 de março a partir das 21h (horário de Brasília), no tradicional Dolby Theater em Los Angeles, com apresentação de Conan O’Brien.
Pela primeira vez, um longa brasileiro disputa a principal categoria do evento, a de Melhor Filme. A produção também foi indicada para Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz pelo trabalho de Fernanda Torres, que levou o Globo de Ouro na mesma categoria.
![Ainda Estou Aqui (2024) / Crédito: Sony Pictures Releasing (divulgação)](https://img.odcdn.com.br/wp-content/uploads/2025/01/Design-sem-nome-16-1024x576.jpg)
O filme é baseado no livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva e conta a história de luta de Eunice Paiva, sua mãe, por respostas a respeito do desaparecimento do pai, o ex-deputado federal Rubens Paiva (interpretado por Selton Mello) em 1971, durante a ditadura militar.
No mês passado, a repercussão do longa ultrapassou as telas e o tapete vermelho: a certidão de óbito emitida em 1996 foi retificada para confirmar que a morte de Rubens Paiva foi causada por agentes do Estado; até então, constava apenas como “pessoa desaparecida”.