As ações da Gol (GOLL4) registraram forte alta no início da cotação na Bolsa de Valores nesta segunda-feira, 2. Por volta das 11h30, os ativos da companhia aérea apontavam uma valorização de 11%. Mais tarde, em torno das 15h, a demanda pelo papel caiu, mas manteve um desempenho favorável, com alta de 5,44%.
Conforme analistas, o resultado deriva principalmente da expectativa do mercado em relação à saída da companhia aérea do processo de recuperação judicial (RJ) nos Estados Unidos. Em 2025, a empresa acumula valorização de 21%.
Holding que controla Gol confirma fim de processo
Nesta sexta-feira, 30, os acionistas aprovaram o plano que prevê a saída da RJ em junho. No mesmo dia, a companhia divulgou um prejuízo líquido de R$ 440 milhões no mês de abril. O número integra um relatório que a área financeira e jurídica encaminhou ao tribunal responsável pelo processo nos Estados Unidos.
Adrian Neuhauser, CEO da Abra, holding que controla a Gol, afirmou nesta segunda-feira, durante um evento em Nova Délhi, que a companhia deve encerrar o processo de recuperação judicial ainda nesta semana. A declaração, dessa forma, reforçou o otimismo do mercado.
O Bradesco BBI destacou que a Gol entregou uma margem Ebitda de 22% em abril, desempenho bem superior aos 9,6% registrados no mesmo mês de 2024. A receita unitária (Rask) também subiu 6% na comparação anual, impulsionada por um aumento de 4,3 pontos porcentuais na taxa de ocupação.
Para o BBI, o pedido de recuperação judicial da Azul, protocolado em 28 de maio, pode gerar um ambiente mais favorável para os preços no setor aéreo. O banco projeta alta de 4% no Rask em 2025 e de 5% em 2026, refletindo sobretudo um cenário de menor pressão competitiva. A posição de caixa da Gol segue estável em R$ 2 bilhões, assim como a dívida líquida, que permanece em R$ 31 bilhões. Essa estabilidade reflete, em parte, a relativa tranquilidade do câmbio no período.
Apesar dos sinais de recuperação operacional, o Bradesco BBI manteve a recomendação de venda para as ações da Gol. O banco estabeleceu preço-alvo de R$ 0,50 para o fim de 2025, citando riscos de diluição significativa do patrimônio dos acionistas no processo de saída da recuperação judicial.