Durante uma entrevista à CNN Brasil, que foi ao ar no domingo 11, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim afirmou que o 8 de janeiro não se enquadra em tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
A opinião diverge do entendimento majoritário atual da Corte, que tem condenado pessoas por esse crime que, somado a outros, dão 17 anos de cadeia para os manifestantes.
“Eu enxergo aquela manifestação de rua, tratada como golpe, como uma espécie de frustração que tiveram ao não obterem o golpe militar”, disse Jobim. “Foi problema de destruição de patrimônio público, e teve várias coisas. Em São Paulo, quando invadiram o palácio do governo, ninguém falou em atentado ao Estado Democrático de Direito.”
Nelson Jobim comentou inquéritos, além do 8 de janeiro
Ainda na avaliação do ex-presidente do STF, a Corte não deveria estar julgando os envolvidos no ato, por não ser competência do tribunal.
“O tribunal não deveria se envolver nessa disputa política e radicalização”, disse Jobim. “A radicalização vem do presidente Bolsonaro, mas foi provocada também por Lula. Em grande parte de suas manifestações, Lula faz acusações contra Bolsonaro.”