Em meio às discussões sobre a trajetória da Selic, o mercado financeiro se mostra dividido quanto à possibilidade de o Copom encerrar ou não o ciclo de altas nesta quarta-feira, 18. Apesar das divergências, analistas esperam uma decisão unânime para evitar impactos negativos na condução da inflação rumo à meta estabelecida.
Entre os especialistas, parte aposta na manutenção da taxa em 14,75% ao ano, enquanto outros defendem um ajuste de 0,25 ponto porcentual, o que elevaria a Selic a 15% ao ano, maior patamar observado desde julho de 2006. Nos últimos dias, as projeções oscilaram de forma significativa na curva de juros do país.
Unanimidade no Copom depois de racha no passado sobre Selic
Levantamento da Bloomberg com 32 instituições financeiras revelou que 12 delas projetam elevação da Selic para 15% ao ano, enquanto as outras 20 — incluindo Bradesco, XP e Itaú — esperam a manutenção do índice em 14,75%. Mesmo diante dessa divisão, o consenso no Copom é aguardado, em razão do desgaste da reputação que um racha causa, como na votação de maio do ano passado.
Naquele episódio, o Copom reduziu o ritmo de corte da Selic em meio à oposição de todos os diretores indicados por Luiz Inácio Lula da Silva, resultando em votação apertada de cinco a quatro. O episódio levantou dúvidas sobre a credibilidade e autonomia do Banco Central. Desde então, as decisões do comitê têm sido unânimes.
Com o índice oficial da inflação desacelerando, haveria possibilidade de manter a Selic em 14,75%.O IPCA teve alta de 0,26% em maio, abaixo das expectativas do mercado, com alívio em alimentos, passagens aéreas e gasolina. Entretanto, por outro lado, como a tendência ainda é de alta do IPCA — ainda que num nível maior — haveria margem para aumentar a Selic a 15% e tentar frear a alta de preços.