O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, está liderando pessoalmente a criação de uma equipe dedicada ao desenvolvimento de uma “superinteligência”, máquinas com capacidades superiores às humanas, segundo a agência Bloomberg.
Insatisfeito com o progresso da Meta em inteligência artificial, Zuckerberg decidiu se envolver diretamente no processo. Ele tem se reunido com especialistas em IA em suas residências em Lake Tahoe e Palo Alto, na Califórnia.
A empresa já incorporou ferramentas de IA ao Facebook, WhatsApp, outros aplicativos do grupo, aos óculos Ray-Ban e a chatbots. No entanto, apesar desses avanços, o setor de IA continua dominado pela OpenAI, criadora do ChatGPT, enquanto o modelo Llama, da Meta, enfrenta obstáculos.

Segundo a Bloomberg, Zuckerberg pretende contratar cerca de 50 profissionais e reorganizou o layout da sede da Meta em Menlo Park para acomodar a nova equipe de IA perto de seu próprio escritório. O motivo seria sua frustração com o desenvolvimento do Llama 4, o mais recente modelo da empresa.
O jornal The New York Times, que confirmou muitos detalhes das informações de forma independente, acrescentou que Alexandr Wang, CEO da startup Scale AI, também estaria envolvido no projeto. A Meta, inclusive, considera investir bilhões na empresa de Wang.
Zuckerberg teria afirmado que a nova iniciativa será financiada pelo negócio de publicidade da Meta. Ainda não está claro como essa equipe se integrará à atual divisão de IA da companhia.

Nos últimos anos, Zuckerberg tem intensificado os esforços para transformar a Meta em uma potência em IA, especialmente diante dos avanços da OpenAI, que levantou dezenas de bilhões de dólares em investimentos.
O objetivo da Meta de alcançar a superinteligência é extremamente ambicioso. Antes disso, a IA precisa atingir a chamada inteligência artificial geral (AGI) — a capacidade de realizar qualquer tarefa humana. Pesquisadores divergem quanto à proximidade dessa conquista: alguns acreditam que ela está a anos de distância, enquanto outros afirmam que sequer há um caminho definido.
Ainda assim, a corrida pela liderança em IA é uma das mais acirradas da história recente da tecnologia. A Meta compete com a OpenAI, que tem apoio da Microsoft e da Alphabet, e startups como a xAI, de Elon Musk, e a Anthropic, todas com grande financiamento.

A Apple, que demorou a entrar no jogo, apresentou nesta semana algumas de suas iniciativas em IA.
Muitos líderes do setor, como Zuckerberg, enxergam a IA como uma ameaça existencial aos seus negócios. A Meta tenta se diferenciar com o Llama, o qual oferece como código aberto, na esperança de torná-lo a base da IA global — algo como o Android para smartphones.
Já o Google vê na IA um risco direto ao seu domínio em buscas, enquanto a Apple teme que a IA torne os aplicativos obsoletos, o que enfraqueceria sua liderança nos smartphones. Apesar da vantagem inicial da OpenAI com o ChatGPT, os concorrentes procuram se aproximar rapidamente.