Além de criador de histórias e personagens clássicos da literatura infantil brasileira, Ziraldo também foi um dos fundadores do jornal “O Pasquim”, no fim dos anos 1960.
O cartunista, desenhista e escritor morreu na tarde deste sábado (6), aos 91 anos.
Um dos principais veículos da época, “O Pasquim” se tornaria símbolo de oposição ao regime militar durante a Ditadura, usando do humor e sarcasmo para driblar a censura com suas críticas.
Essa nova forma de fazer jornalismo, de maneira mais irreverente, também impactaria o resto da imprensa nacional, inclusive os grandes veículos.
Ziraldo foi um dos fundadores e chegou a dirigir o periódico, que nasceu em 1969 — um ano após a edição do Ato Institucional nº 5 — como um espaço para os jornalistas, artistas e humoristas que se opunham aos militares.
Ao seu lado, estavam jornalistas, artistas e intelectuais como Millôr Fernandes, Tarso de Castro, Henfil, Ivan Lessa, Sérgio Cabral, Claudius, Fortuna, Luís Carlos Maciel, entre outros.
O impresso era chamado de “rato que ruge” por conta da alta repercussão, mesmo contando com uma pequena redação. Nos seus melhores anos, entre 1969 e 1973, a publicação chegava a 250 mil exemplares.
Quase toda a redação de “O Pasquim” foi presa em novembro de 1970 e permaneceu na prisão até o início de 1971, inclusive Ziraldo, período no qual o jornal continuou circulando com os poucos colaboradores que não estavam atrás das grades.
Em 2008, Ziraldo e outros jornalistas perseguidos durante o governo militar tiveram seu processo de anistia aprovado pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.
O alvo do jornal mudou após a abertura política de 1985, mas seguiu como oposição ao governo, e a publicação de “O Pasquim” seguiu até o início dos anos 1990.
*Com informações de Agência Brasil e TV Câmara