Atriz, cantora e ativista, Zezé Motta completa 80 anos nesta quinta-feira (27). Com mais de 56 anos de carreira, a artista segue na ativa e não parece ter planos de parar.
“Tenho me dado muito bem com a questão do envelhecer. Estou de bem com a vida. Não reclamo de nada, estou sempre agradecendo a Deus. Agora sou convidada para falar de longevidade e se cheguei até aqui é um bom sinal”, escreveu ela em uma postagem no Instagram no início da semana.
Em entrevista ao Canal Brasil, Zezé disse que a terceira idade precisa ser mais valorizada: “Por sua experiência, sua vivência, tudo que já passou, já viveu, já sofreu. Tudo que passou de bom, de ruim, o idoso tem muito para ensinar. As pessoas idosas estão mais próximas da sabedoria do que quem está chegando agora.”
Relembre a carreira de Zezé Motta
Zezé Motta fez história como mulher negra que conquistou seu espaço na televisão e no cinema. Dentre seus muitos papéis, se destaca Xica da Silva, a protagonista do filme de 1976 de mesmo nome, dirigido por Cacá Diegues.
Retratando a história de uma escrava que enriquece após se envolver com um representante da corte portuguesa, Zezé diz que o filme foi um “divisor de águas” em sua vida e carreira, ganhando projeção nacional e internacional, e acabou por introduzi-la também no mundo da música.
Ela lançou seu primeiro disco, “Muito Prazer, Zezé”, em 1978, com composições de grandes nomes como Rita Lee, Roberto de Carvalho, Luiz Melodia, Gilberto Gil e Chico Buarque. Nos anos seguintes, também lançou “Frágil Força” (1984), “Divina Saudade” (2003) e “Negra Melodia” (2011).
Caetano também já revelou que sua canção “Tigresa” foi inspirada em Zezé.
Ela estreou como atriz na peça “Roda Viva”, de Chico Buarque, em 1968, mesmo ano em que ela aparece na TV pela primeira vez, como parte do elenco de “Beto Rockfeller”.
A atriz trabalhou em inúmeras novelas, como “Supermanoela”, “A Próxima Vítima” e “Corpo a Corpo”. Nesta última, o papel da atriz, que namorava o personagem de Marcos Paulo, um homem branco. Ela conta que os dois receberam comentários racistas por retratarem um casal inter-racial.
Como ativista do movimento negro, Zezé também foi responsável por criar o Centro de Informação e Documentação do Artista Negro, uma instituição responsável por fazer um banco de dados de artistas negros em diversas faixas etárias.
A artista segue na ativa atualmente, em turnê com o show “Zezé canta Caetano”.