sexta-feira, novembro 22, 2024
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Zelensky envia recado a Lula

Durante uma entrevista em Kiev, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, questionou a posição do Brasil em relação ao conflito com a Rússia. As informações são do jornal Folha de São Paulo.

“Não entendo, não entendo”, afirmou a um grupo de jornalistas. “Diga: por acaso, presidente Lula, por acaso não quer ter essa aliança? Por acaso o Brasil está mais alinhado com a Rússia do que com a Ucrânia? A Rússia nos atacou. O Brasil tem de estar do nosso lado e dar um ultimato ao agressor, em nome do resto do mundo. Uma amizade com alguém que tem uma ideologia e uma visão fascistas não pode trazer benefícios.”

O ucraniano afirmou que sabe que as nações têm suas próprias visões e disse estar disposto a ouvi-las. Mas, acrescentou, a cúpula da paz tem justamente esse objetivo. “Antes, temos que conciliar a opinião de todos os que vêm. Mas não com a Rússia.”

Zelenski também falou sobre a relação da Ucrânia com a Argentina e com o Chile, cujos líderes apoiaram publicamente, e disse que o mais importante não é que seus aliados colaborem com a Ucrânia materialmente, mas com “sua solidariedade”.

Perguntado por um repórter de El Salvador sobre que interesse poderia ter em uma aliança com um país pequeno, o presidente ucraniano respondeu que “quem pode apoia com armas, e quem não, com suas vozes”.

“Suas vozes são suas armas”, afirmou. “Precisamos delas para dar um fim à guerra.”

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Lula não deve comparecer à cúpula de paz

A entrevista ocorreu às vésperas de uma cúpula de paz organizada pela Suíça, para a qual foram convidados 160 países. Segundo Zelenski, entre os cerca de 80 líderes que já tinham confirmado presença no evento, estariam os presidentes da Argentina, Javier Milei, e do Chile, Gabriel Boric.

Segundo noticiou a agência de notícias Bloomberg, o Brasil, por outro lado não tem intenção de enviar representantes de alto escalão ao evento.

Na última semana, o assessor especial de Lula, Celso Amorim, e o chanceler chinês, Wang Yi, divulgaram um comunicado em que destacavam a necessidade da presença da Rússia em negociações sobre o conflito.

Como parte do esforço para convencer Brasília a participar do evento, a Suíça argumenta que, apesar de a reunião ter sido convocada a pedido de Kiev, os trabalhos de condução das negociações ficariam a cargo da anfitriã.

Via Revista Oeste

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