O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou o Brasil e a China de fortalecer a Rússia na guerra que eclodiu em fevereiro de 2022, no Leste Europeu. Ele deu a declaração nesta quarta-feira, 25, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
“Quando a dupla China e Brasil tenta convencer outros a apoiá-los, na Europa, na África, propondo uma alternativa a uma paz plena e justa, surge a pergunta: qual é o verdadeiro interesse deles? Todos precisam entender que não terão mais poder à custa da Ucrânia”, afirmou Zelensky, no plenário da ONU em Nova York.
O presidente ucraniano fazia menção a uma reunião que Pequim e Brasília convocaram com 19 países em desenvolvimento. O objetivo da discussão, que deve ser realizada na próxima sexta-feira, 27, é discutir uma fórmula de paz para o conflito.
O presidente ucraniano já havia criticado o plano em diversas ocasiões anteriores. Nesta terça-feira, 24, Zelensky criticou o acordo em um pronunciamento ao Conselho de Segurança da ONU.
O presidente deu a entender que o documento não estava de acordo com o princípio de paz que guia o organismo multilateral, previsto na carta de fundação.
“Não há uma carta da ONU diferente para o Brics ou para o G7”, afirmou o estadista. “Não existe uma carta da ONU russo-iraniana, ou sino-brasileira. Só existe uma carta da ONU, que une a todos.”
Além disso, afirmou que um documento assinado pelo chanceler chinês Wang Yi e pelo assessor especial para assuntos internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorim, não tem nenhum plano concreto. Também disse que o acordo “esconde alguma coisa”.
Zelensky disse que a Rússia vai atacar usinas nucleares
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a Rússia planeja atacar usinas nucleares. A Ucrânia abriga a instalação de Zaporizhzhia, a maior da Europa. Os russos tomaram a região no segundo mês de conflito.
O presidente afirmou que o objetivo de Vladimir Putin é prejudicar ainda mais a infraestrutura energética do país. Desde o início do conflito, o prejuízo é de 80% do parque elétrico destruído.