O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse ter esperanças de que a Presidência de Donald Trump, nos Estados Unidos, possa contribuir para encerrar a guerra com a Rússia. O ucraniano deu a declaração durante entrevista a uma emissora de TV, nesta quinta-feira, 2.
Zelensky acredita que a força e a imprevisibilidade de Trump poderiam ser vantajosas na tentativa de conter Vladimir Putin, presidente da Rússia, e suas ações militares. Os ucranianos e os russos estão em guerra há quase três anos.
“Ele é muito forte e imprevisível, e eu realmente gostaria de ver a imprevisibilidade do presidente Trump se aplicar à Rússia”, disse Zelensky, segundo o jornal britânico The Guardian. “Acredito que ele realmente quer acabar com a guerra.”
Trump, que assume a Presidência em 20 de janeiro de 2025, disse anteriormente que seria capaz de resolver o conflito em apenas 24 horas. Entretanto, essa declaração foi recebida com ceticismo em Kiev, onde há receios de que qualquer acordo de paz possa exigir concessões territoriais da Ucrânia.
Zelensky mencionou que Trump lhe prometeu ser um dos primeiros convidados a visitar Washington depois de sua posse. O norte-americano tem como estratégica manter a relação entre os dois países.
Zelensky pensa em estratégias contra os russos
O presidente ucraniano disse que há a necessidade de estabilizar a linha de frente no começo deste novo ano, uma tarefa que considera crucial diante dos avanços das forças russas na região leste do país. Ele afirmou que estabilizar essa frente é fundamental para resistir à pressão russa.
Para Zelensky, alcançar uma paz justa envolve garantias de segurança robustas de aliados, além de apoio para a entrada da Ucrânia na União Europeia e na Organização do Atlântico Norte (Otan), objetivos que são fortemente rejeitados por Moscou.
“Naturalmente, quaisquer garantias de segurança sem os EUA são garantias de segurança fracas para a Ucrânia”, afirmou.
Zelensky disse que qualquer plano dos Estados Unidos para um acordo de paz deve respeitar as perspectivas ucranianas. “Não pode ser de outra forma”, comentou. “Somos a Ucrânia, e é nossa independência, nossa terra e nosso futuro.”