sábado, novembro 23, 2024
InícioPolíticaWeintraub lança pré-candidatura em SP e diz que irá à Justiça para...

Weintraub lança pré-candidatura em SP e diz que irá à Justiça para concorrer sem partido

O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub (PMB) lançou na sexta-feira, 26, sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo. O anúncio foi feito em uma publicação nas redes sociais.

Apesar de filiado ao PMB (Partido da Mulher Brasileira), Weintraub afirmou que sua estratégia será judicializar a possibilidade uma candidatura independente.

A legislação brasileira não permite que um candidato dispute a eleição sem filiação partidária. A Constituição Federal de 1988, artigo 14, parágrafo 3º, inciso V, diz que a filiação partidária é condição para a elegibilidade.

Ministro durante o governo Bolsonaro, Weintraub está rompido com ex-presidente desde 2022, quando este recusou apoiá-lo na disputa pelo governo paulista. Desde então, Weintraub se tornou crítico do clã Bolsonaro.

Através de uma live no YouTube realizada na noite desta sexta-feira, 26, Weintraub lançou a sua pré-candidatura e disse que irá pleitear judicialmente o número eleitoral 37, que atualmente não é utilizado por nenhum partido.

Logo no início da transmissão, ao analisar a polarização entre os pré-candidatos Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB) – e um eventual apoio de Bolsonaro ao atual prefeito -, o ex-ministro disse que “provavelmente” não iria ganhar a eleição, caso consiga disputar.

“Talvez eu ganhe, talvez eu não ganhe. Provavelmente, não vou ganhar. Não estou saindo da mesma circunstância quando saí para governador [em 2022], quando estava com 16% das intenções de voto antes de ser massacrado. Mas pelo menos você vai para uma eleição com dignidade. Eu não vou votar no Nunes porque senão o Boulos vai ser prefeito”, afirmou Weintraub.

Weintraub também pediu ajuda financeira para o financiamento de ações judiciais e também para a elaboração de materiais de campanha. Ao falar sobre a ideia de candidatura avulsa, Weintraub disse que as legendas se transformaram em empresas a sua postulação à prefeitura seria um “grito de liberdade”.

“Hoje, a atividade política dos partidos ficaram muito pragmáticas”, disse.

Weintraub já vinha manifestando interesse na disputa pela prefeitura paulistana desde novembro do ano passado. “Se o partido me der o número, eu vou”, afirmou, na ocasião. Agora, no entanto, ele não quer mais a via partidária.

A candidatura avulsa não tem precedentes na história recente das eleições brasileiras. A Constituição Federal é clara quanto ao tema e a proibição já é expressa pelo Código Eleitoral desde 1945. Em 2016, o advogado Rodrigo Mezzomo tentou se candidatar de forma avulsa à Prefeitura do Rio de Janeiro, mas foi barrado pela Justiça Eleitoral.

Questionado, o ex-ministro não esclareceu a peça processual que será utilizada para ajuizar o tema.

Ele diz ter alinhado o tema junto aos dirigentes do PMB e que, na Justiça, será representado pela organização Farol da Liberdade. “Até hoje nunca foi feito, mas acho que temos as condições de conseguir”, disse Abraham Weintraub sobre a judicialização para a candidatura independente.

Durante a judicialização, ele permanecerá filiado ao PMB. A iniciativa de se lançar como candidato independente não guarda relação com algum descontentamento de Weintraub com a atual sigla, segundo ele. “Não tenho nada de mal para falar do PMB, só boas palavras, mas o caminho que seguiremos será avulso”, disse o ex-ministro ao Estado de S. Paulo.

Se a estratégia jurídica não viabilizar a candidatura avulsa, Weintraub diz “não ver espaço nenhum para um partido pequeno”, como o PMB, abarcar o seu projeto. E, fora da disputa, ele não projeta apoio em nenhum dos pré-candidatos que despontam para a eleição.

“Nunes fechou acordo com todos os partidos da cidade de São Paulo. Não haverá espaço para lançar ninguém que não esteja alinhado ou com ele ou com Boulos, ninguém independente. Não posso depender dessas grandes estruturas”, disse o ex-ministro da Educação.

Abraham Weintraub foi o segundo ministro da Educação da gestão de Jair Bolsonaro. Ele deixou a pasta após 14 meses no cargo, após a divulgação de um vídeo em que chamava magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF) de “vagabundos” durante uma reunião ministerial.

Por uma trégua entre o ex-presidente e o STF, foi demitido da pasta e, depois, nomeado para um cargo de direção do Banco Mundial.

Em abril de 2022, renunciou ao cargo no Banco Mundial para disputar a eleição para governador de São Paulo. Ele foi preterido por Bolsonaro, que preferiu apoiar a candidatura de outro ministro de sua gestão, Tarcísio de Freitas. Ele concorreu, então, o cargo de deputado federal. Teve 4.057 votos e não conseguiu se eleger.

Desde que rompeu com o bolsonarismo, vem pesando cada vez mais nos ataques ao ex-aliado. O ex-ministro critica Jair Bolsonaro sobretudo pela aproximação com políticos do Centrão.

Via CNN

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui