Explique como é que um sistema infalível falhou. Esta é a ingrata tarefa do novo ministro da Justiça e veterano integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.
É entender como foi possível a fuga de dois bandidos de um presídio federal de segurança máxima em Mossoró (RN), um tipo de cadeia inspirada no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) de São Paulo e nas prisões mais seguras dos Estados Unidos (EUA).
Nesse tipo de local, os detentos mal se falam, vivem isolados, não têm visita íntima e são vigiados dia e noite. Só passam de um lugar para o outro da instalação prisional mediante um sofisticado sistema de códigos.
Até este fim de semana, ninguém tinha conseguido fugir de um lugar desses, e são cinco espalhados pelo Brasil há quase 20 anos.
Quem participou da implantação desse sistema de segurança máxima diz que só há um jeito de escapar dali: é com a colaboração de alguém de dentro.
Está aí o pior cenário para o novo ministro da Justiça, que declarou que o combate ao crime organizado sua grande prioridade. Teria o crime organizado conseguido penetrar até mesmo a administração de uma penitenciária de segurança máxima federal?
Esta é uma pergunta de enorme peso político num país que tem de novo, na segurança pública, violência e criminalidade como as maiores preocupações da população.
Com a palavra, os órgãos de segurança e o Ministério da Justiça.
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