A gente aprende na escola que o Brasil é uma República Federativa Presidencialista, mas na prática, vemos que vivemos um semipresidencialismo com dois primeiros-ministros mandando junto com o presidente da República.
Esse experimento político — que ninguém ainda tentou em parte alguma, fora aqui, no Brasil — produz notícias políticas como as desta terça-feira (6).
Qualquer bola dividida entre Executivo e Legislativo, como acontece no caso da desoneração de folhas de pagamento de 17 setores da economia, ricocheteia em pelo menos três tabelas: Câmara dos Deputados, Senado Federal e Palácio do Planalto. E ainda pode parar na instância de supremos poderes, a do Supremo Tribunal Federal (STF).
O que se cria é um infindável noticiário de reuniões marcadas e canceladas, recados e declarações, avanços e recuos, mas o pano de fundo para essa barulheira toda não é trivial.
Nem é a de saber quem manda, se o Legislativo ou o Executivo, mas quem tem a capacidade de escolher e levar adiante uma agenda política coerente.
No momento, a principal agenda do governo é arrecadar para poder seguir gastando muito. A do legislativo é garantir emendas e acesso a pedaços da máquina pública transformada em ferramentas de interesses locais ou regionais.
Esse semipresidencialismo arrisca produzir um semigoverno.
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