Há dois conjuntos que a Polícia Federal (PF) investiga em relação à família Bolsonaro. São operações policiais amparadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O primeiro conjunto é saber o tamanho e o modo de operação de um esquema paralelo de obtenção de informação dentro da instituição estatal que existe para isso, a Associação Brasileira de Inteligência (Abin) — que é o nosso, digamos assim, serviço de informações e inteligência oficial.
O segundo conjunto sendo investigado é em que medida um dos filhos do ex-presidente estava envolvido com o esquema paralelo de inteligência — que evidentemente é coisa ilegal.
Jair Bolsonaro (PL) nunca escondeu de ninguém que sempre confiou na sua própria rede de informação. Já antes da eleição que venceu, esse esquema funcionava a partir da cozinha de casa e, depois, se ampliou para o que ficou conhecido como “gabinete do ódio”.
Com ramificações que seguiam também o fenômeno da politização de órgãos de segurança, polícias militares, Forças Armadas e a própria Abin, Bolsonaro também nunca escondeu que sua maior preocupação nas turbulências políticas era a proteção dos próprios filhos.
As investigações, que o ex-presidente qualifica como clara perseguição política, miram agora esses dois aspectos tão caros para ele.
Só há um jeito de se desmontar o argumento de que as apurações da Polícia Federal nada mais são do que o atual governo, ajudado pelo STF, agindo contra seus opositores: é trazer o mais rápido possível os resultados delas.
Compartilhe: