O ano para valer da política começou, nesta segunda-feira (5), da seguinte forma: os projetos prioritários da Câmara dos Deputados não são os do Senado Federal, que não são os do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Chega a ser comovente — e aqui estou usando de ironia — quando os chefes dos Poderes falam em harmonia e perfeito funcionamento.
No nosso semipresidencialismo com dois primeiros-ministros e um Supremo Tribunal Federal (STF) com supremos poderes, o presidente da Câmara dá um duro recado ao Executivo dizendo que o orçamento é dele. Na prática, está sendo mesmo.
É a grande característica desse semipresidencialismo: nunca o Legislativo mandou tanto na distribuição de recursos via orçamento público como manda agora.
O presidente do Congresso manda outro recado para o colega presidente do Judiciário: o Senado vai pisar na agenda de pautas entendidas pelo mundo político como “vamos peitar o STF”, pauta com considerável popularidade dentro e fora da política atualmente.
Quanto ao Supremo e seus supremos poderes, às vezes de natureza monocrática, ganhou grande destaque mais uma decisão do ministro Dias Toffoli, que, agindo sozinho, suspendeu multas bilionárias de empresas envolvidas em corrupção.
Ele mandou investigar a Organização Não Governamental (ONG) Transparência Internacional, que o mencionou diretamente ao afirmar que a percepção de corrupção no Brasil estava aumentando.
Faltou falar do Executivo hoje. Em mensagem ao Congresso, reiterou a importância do diálogo.
Então, tá.
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