terça-feira, novembro 19, 2024
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Vulcões alienígenas? Exoplaneta parece ter atmosfera infernal

Uma equipe internacional de cientistas identificou evidências preliminares sobre a atmosfera de um exoplaneta (planeta fora do Sistema Solar que orbita uma estrela). Eles sugerem que a atmosfera do planeta L 98-59 d tenha os gases dióxido de enxofre (SO₂) e sulfeto de hidrogênio (H₂S). Isso pode significar uma superfície fundida. Ou cheia de vulcões alienígenas.

Quem explica as evidências coletadas pela equipe é Agnibha Banerjee, estudante de PhD na Open University, no Reino Unido, num artigo publicado no site Space.com.

O planeta em questão tem 1,5 vezes o tamanho da Terra – por isso (e por ser um pouco mais pesado), é considerado uma super-Terra – e fica a 35 anos-luz de distância do nosso planeta azul. Se a tese sugerida pela equipe (que precisa de mais observações) se confirmar, este seria o menor exoplaneta conhecido a ter atmosfera.

O L 98-59 d foi descoberto em 2019 com o telescópio espacial Tess, da NASA. A maioria dos exoplanetas, incluindo L 98-59 d, foi detectada usando o “método de trânsito”. “Esse método mede os pequenos desvios na luz das estrelas quando o planeta passa em frente à estrela“, explica o estudante.

Dióxido de enxofre e sulfeto de hidrogênio na atmosfera pode significar que exoplaneta tenha superfície vulcânica (Imagem: Dimitri Tymchenko/Shutterstock)

O Telescópio Espacial James Webb (JWST) não consegue separar esses planetas minúsculos de suas estrelas hospedeiras. Mas há uma maneira de “ver” a atmosfera do planeta a partir dessa luz misturada. “Quando um planeta passa em frente à sua estrela, parte da luz dela passa pela atmosfera do planeta, atingindo as moléculas ou átomos presentes lá, no caminho para nós na Terra.”

Cada gás modifica a luz de maneira única. A partir da luz que recebemos desse sistema estelar, podemos inferir qual seria a composição dessa atmosfera. Isso é chamado de espectroscopia de transmissão, técnica comprovada que já foi usada para confirmar a presença de CO₂ na atmosfera de um exoplaneta.

Agnibha Banerjee, estudante de PhD na Open University, no Reino Unido, em artigo publicado no site Space.com

Observações do exoplaneta

Io, uma das luas de Júpiter, vista do espaço
Exoplaneta L 98-59 d pode ter similaridades com Io, uma das luas de Júpiter (Imagem: NASA/JPL-Caltech)

A equipe da qual Banerjee faz parte usou o JWST para observar o L 98-59 d por meio do disco de sua estrela hospedeira. A partir dessas observações, o grupo obteve o espectro de transmissão da atmosfera do exoplaneta.

Depois, a equipe usou modelos computacionais para criar uma possível imagem da composição da atmosfera do exoplaneta. Segundo o estudante, a ausência de gases comuns e a presença de SO₂ e H₂S sugerem uma atmosfera formada por processos diferentes dos observados no nosso sistema solar. “Isso sugere condições únicas e extremas em L 98-59 d, como uma superfície fundida ou vulcânica.”

No entanto, não dá para confirmar a presença desses gases sem observações adicionais. “Se futuras observações confirmarem a presença de tal atmosfera, não apenas seria o menor exoplaneta a ter uma atmosfera detectada, mas também um passo crucial para entender a natureza de planetas como esse“, escreve Banerjee.

Via Olhar Digital

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