Os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) se reúnem nesta terça-feira, 15, para uma votação secreta que vai definir duas listas tríplices. Os documentos terão nomes de magistrados que poderão preencher duas vagas na Corte.
O ambiente, segundo o jornal O Globo, é de tensão e intrigas, com o Palácio do Planalto e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) envolvidos na defesa de seus candidatos.
Ao todo, 16 desembargadores e 40 integrantes do Ministério Público (MP) disputam as duas vagas. Uma tem destino certo à Justiça Federal, enquanto a outra, ao MP.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca garantir que Rogério Favreto, do TRF-4, esteja entre os três mais votados entre os nomes da Justiça Federal. Com as listas em mãos, é o petista que define quem vai ocupar os cargos.
Lula age nos bastidores
Ainda conforme O Globo, Lula já conversou pessoalmente com alguns ministros do STJ e enviou emissários para transmitir seu recado. Caso o nome de Favreto não prossiga, o presidente promete não indicar o candidato do grupo dominante, Sammy Barbosa Lopes, mesmo que ele esteja na lista tríplice.
Essa movimentação se justifica pelo apoio de ministros do STF, como Gilmar Mendes e Flávio Dino, ao desembargador Ney Bello.
Também do STF, Kassio Nunes Marques faz campanha por Carlos Pires Brandão, do TRF-1. “Kassio pediu para vários ministros voto no Brandão”, revelou um magistrado ao veículo de mídia.
Posições do STJ e do Ministério Público
Ney Bello, no entanto, enfrenta resistência no STJ. Depois de ser preterido, em 2022, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, Bello tentou influenciar o Senado para reverter a escolha. Essa atitude gerou antipatia na Corte, que agora vê sua candidatura como “uma afronta”.
Ministros do STJ têm se mobilizado contra a inclusão de Bello na lista tríplice. “Ney Bello derreteu”, comentou um ministro sobre a situação atual. Contudo, o método de votação eletrônica, que elimina a identificação de votos individuais, pode trazer surpresas.
A disputa no MP é menos tumultuada que na Justiça Federal, mas igualmente acirrada. O vice-procurador-geral da República, Hindemburgo Chateaubriand, está bem posicionado. Além ele, Sammy Barbosa Lopes, apoiado por um dos líderes do STJ Mauro Campbell, concorre pela vaga do MP.