sábado, novembro 23, 2024
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Voluntários criam abrigo para animais resgatados durante as enchentes do Rio Grande do Sul

Um grupo de voluntários do Centro Humanístico Vida, em Porto Alegre (RS), organizou um abrigo para tratar e recolher animais que foram resgatados durante as chuvas intensas e enchentes no município. A equipe de reportagem de Oeste esteve presente no local no último domingo, 12.

Ao todo, mais de 400 cães e gatos estão sendo cuidados e assistidos por civis e veterinários da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que atua de forma voluntária no abrigo.

O galpão é de propriedade do governo do Estado. Contudo, foi concedido ao grupo por tempo indeterminado. Todas as mobilizações são feitas por voluntários, desde a montagem de casinhas e limpeza do espaço para pets até o tratamento médico necessário para cada caso. Itens como comida, água e medicamentos são obtidos por doações.

O abrigo é dividido por alas, incluindo ginásio, berçário, gatil e sala vermelha, onde ficam os animais doentes. Apesar da organização, a gerente do abrigo, Vitoria Trevisan, relatou à reportagem de Oeste que a estrutura é o maior desafio da equipe.

Vitoria Trevisan e Agatha Manuela, voluntárias do abrigo, durante entrevista | Foto: Vídeo/Tauany Cattan/Revista <b>Oeste</b>
Vitoria Trevisan (à esquerda) e Agatha Manuela (à direita), voluntárias do abrigo, durante entrevista | Foto: Vídeo/Tauany Cattan/Revista Oeste

“Nossa prioridade é dar boas condições aos animais, porque nossa estrutura ainda está muito improvisada”, disse. “Também não sabemos por quanto tempo iremos ficar aqui. Se serão dez dias, um mês, um ano… Mas estamos conseguindo nos manter com as doações e o apoio da UFRGS.”

Por enquanto, os animais não podem ser adotados. A equipe de voluntários também está se esforçando para identificar os tutores dos animais resgatados.

Eles esperam que, com o trabalho, os pets possam se reencontrar com seus donos e se tornarem uma fonte de amor, acolhimento e esperança em meio aos momentos difíceis que têm sido vividos pelo povo gaúcho.

Universitários em ação no Rio Grande do Sul

Daniel Gerardi é professor do curso de medicina veterinária da UFRGS e contou que, logo nos primeiros dias do abrigo, os docentes foram convocados para prestar auxiliar no atendimento aos animais.

Inicialmente, ele e outros professores se juntaram para serem voluntários em um posto de atendimento organizado pela direção do curso, mas este já havia apoio suficiente. Logo depois, foram informados de que o abrigo do Centro Humanístico Vida precisava de ajuda profissional.

Daniel Gerardi, professor da UFRGS e voluntário do abrigo para animais, durante entrevista | Foto: Vídeo/Tauany Cattan/Revista <b>Oeste</b>
Daniel Gerardi, professor da UFRGS e voluntário do abrigo para animais, durante entrevista | Foto: Vídeo/Tauany Cattan/Revista Oeste

Eles se estabeleceram no abrigo e convidaram outros colegas da área para ajudar. Agora, o espaço para pets do Centro Humanístico Vida recebe suporte do corpo clínico do Hospital de Clínicas Veterinárias da UFRGS, junto de estudantes de residência e veterinários que se colocaram à disposição.

De acordo com Gerardi, poucos animais foram levados à ala médica com fraturas ou afogamentos decorrentes das enchentes. Muitos dos cães e gatos doentes ou feridos já estavam nessas condições antes do resgate e estão recebendo todo o tratamento necessário da equipe veterinária.

“Estamos em alerta, pois muitos dos animais podem apresentar sintomas de doenças nos próximos dias”, explicou. “Muitos deles chegaram aqui estressados, o que geralmente causa vômito e diarreia. O que temos observado é o aumento de doenças infecciosas, como parvovirose, sinomose e, em alguns casos, leptospirose, que são comuns em períodos de enchentes.”

Os materiais e medicamentos utilizados no hospital improvisado do abrigo são doados por civis e empresários. Os professores da UFRGS entraram em contato com grandes empresas do setor veterinário, que se sensibilizaram com a causa. Agora, o abrigo recebe carregamentos diários de remédios para o tratamento dos animais.



Via Revista Oeste

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