sexta-feira, novembro 22, 2024
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Voluntário descreve a rotina dos reféns do Hamas

Em contato com familiares de reféns, o voluntário Ricardo Gonzales, chileno, descreveu para Oeste as condições do cativeiro dos quatro reféns resgatados pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) em Gaza.

Segundo ele, que também tem acompanhado as coletivas, houve alguma diferença entre a rotina de Almog Meir Jan, de 22 anos; Andrey Kozlov, de 27 anos; e Shlomi Ziv, de 41 anos, e a de Noa Argamani, de 26 anos. Outros detalhes sobre a permanência dos três homens foram relatados também em reportagem do Wall Street Jounal (WSJ).

O governo de Israel afirmou que a casa em que eles estavam era de Abdallah Aljamal, um jornalista islâmico, terrorista do grupo, que escrevia para a Al Jazeera e outros veículos árabes.

“Às vezes havia terror psicológico, com gritos, ameaças com armas de fogo, obrigação de observar conteúdos provocadores, de estudar as leis do Alcorão, de cumprir ordens, que ainda não foram detalhadas.”

Gonzales diz que ainda não há confirmação se as famílias foram obrigadas pelos terroristas a receber os quatro reféns ou se o fizeram por vontade própria.

“Não tenho informações sobre isso, no momento não está claro como o Hamas os fez ficar oito meses nas casas dos cidadãos de Gaza”, afirma ele. “Não está claro se foi por meio de ameaça, um pagamento ou uma cooperação total.”

Os três rapazes foram mantidos em condições físicas mais difíceis do que a jovem, em um quarto pequeno e escuro. Havia um outro quarto ao qual eles tinham acesso, com televisão. Eram alimentados uma vez por dia. Ficavam no último andar e todas as manhãs ouviam a família se arrumando e a voz dos filhos da família que os mantinha em cativeiro.

O WSJ acrescenta que, quando os reféns não aderiam às regras estritas dos seus captores do Hamas, recebiam punições, como ficar trancado no banheiro e ter contra si uma arma apontada, com ameaça de morte.

Os terroristas, prossegue o jornal, costumavam lhes dizer que ninguém se importava com eles ou que ninguém viria resgatá-los. No aniversário de Meir, que ele só sabia porque mantinham um caderno para anotar as datas, os três casualmente assistiram pela TV a uma reportagem da Al Jazzera.

A emissora transmitiu cenas de uma manifestação em Tel-Aviv das famílias dos reféns. Meir contou que viu seu rosto nas placas no meio da multidão. Isso deixou os três mais esperançosos.

Amizade entre os três reféns e sequelas

Do drama, nasceu uma forte amizade. Antes do sequestro, Almog Meir Jan, Andrey Kozlov e Shlomi Ziv nem se conheciam. Depois, ficaram amigos íntimos, com um ajudando o outro durante esse período. Chegaram a fazer registros em diários, além de aprenderem árabe e ensinarem uns aos outros russo e hebraico.

Enquanto isso, a refém Noa, segundo o voluntário, permaneceu em condições “relativamente normais”. Ela foi mantida em cativeiro na casa de um cidadão em Za’a, em um quarto. Ocasionalmente era levada para a luz do dia e andava, com os terroristas ao lado, disfarçada de cidadã de Gaza.

Os médicos do Sheba Medical Center, de acordo com Gonzales, disseram que, no dia do retorno, a adrenalina de voltar para casa impediu maiores análises.

Passados alguns dias, ficou constatado que, principalmente os três têm problemas, como se acostumar com a luz do dia novamente, voltar a dormir, falar alto, mudança de horário, medo de ruídos, medo de lugares fechados, pesadelos.

Fisicamente têm falta de proteínas, perderam peso, têm problemas para defecar e algumas lesões físicas. Mais informações, ainda segundo ele, serão passadas mais à frente, inclusive em relação à suposta ocorrência de abuso sexual por parte dos sequestradores.

Via Revista Oeste

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