Integrantes das Forças Armadas dizem não ver constrangimento em o tenente-coronel Mauro Cid voltar a exercer funções no Exército caso a Justiça retire a medida cautelar que o impede de trabalhar.
A avaliação de oficiais é que, diante da exposição, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro não poderia atuar em cargos de comando ou cumprir missão no exterior. Poderia, no entanto, atuar em funções burocráticas.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedidos de advogados para que o tenente-coronel retornasse ao trabalho e fosse dispensado do uso da tornozeleira eletrônica.
Em decisão do dia 30 de outubro, Moraes expõe que seria “absolutamente prematuro remover as restrições” a Cid, visto que as investigações ainda estão em curso.
Pessoas próximas a Cid dizem que o tenente-coronel reclama de estar com a “vida suspensa” e está determinado a voltar ao Exército. Apesar da investigação, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro deseja retomar a carreira militar e, no futuro, tentar ocupar uma posição no exterior.
Mauro Cid passou 116 dias preso. Foi solto no dia 9 de setembro, após assinar acordo de colaboração premiada.
Ele conseguiu a liberdade com a determinação de usar a tornozeleira eletrônica e com as seguintes medidas restritivas:
- Proibição de ausentar-se do recolhimento domiciliar no período noturno e nos finais de semana, mediante uso de tornozeleira eletrônica;
- Obrigação de apresentar-se perante Juízo semanalmente, todas as segundas-feiras;
- Proibição de ausentar-se do país, com obrigação de realizar a entrega de seus passaportes; cancelamento dos respectivos vistos;
- Suspensão imediata de documentos de porte de arma de fogo em nome do investigado;
- Proibição de utilização de redes sociais;
- Proibição de comunicar-se com os demais investigados;
- Afastamento do exercício das funções de seu cargo de oficial no Exército.
Cid foi preso no inquérito que apura a fraude de cartões de vacina contra a Covid-19. Ele ainda é investigado no caso da venda ilegal das joias sauditas dadas como presentes à Presidência e por envolvimento na suposta tentativa de invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Em sua delação, o ex-ajudante de ordens teria implicado Bolsonaro no caso das joias, da fraude dos cartões e dado informações sobre a suposta trama de um golpe de Estado.
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