O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, falou pela primeira vez, neste domingo, 18, sobre a incursão militar ucraniana na região de Kursk, no sul da Rússia.
De acordo com ele, o objetivo da operação era estabelecer uma “zona-tampão” para prevenir futuros ataques de Moscou, por meio da fronteira entre os dois países.
Zelensky deu a declaração enquanto soldados ucranianos operavam tanques na cidade fronteiriça de Sumy, a quase 350 quilômetros a leste da capital Kiev.
Foi a primeira vez que o presidente comentou publicamente o propósito da incursão, que começou em 7 de agosto. Anteriormente, Zelensky dissera que a incursão buscava apenas proteger a população de Sumy dos bombardeios constantes.
Objetivo é destruir potencial de guerra russo, segundo presidente da Ucrânia
Zelensky acrescentou ainda que a principal tarefa nas operações defensivas é “destruir o máximo possível” o potencial de guerra russo.
“Queremos realizar o máximo de ações contraofensivas”, disse, em discurso. “Isso inclui criar uma zona-tampão no território do agressor — nossa operação na região de Kursk.”
No sábado 17, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia acusou a Ucrânia de usar foguetes ocidentais fabricados nos Estados Unidos para destruir a ponte sobre o rio Seim na região de Kursk. A ação resultou na morte de voluntários que ajudavam civis.
Na sexta-feira 16, um dos mais influentes assessores de Zelensky, Mikhailo Podoliak, afirmou que a invasão da região de Kursk teria como objetivo forçar o Kremlin a negociar.
“Precisamos infligir derrotas táticas significativas à Rússia”, escreveu Podoliak em seu perfil no Twitter/X. “Na região de Kursk, vemos como o instrumento militar é usado objetivamente para convencer a Federação Russa a entrar em um processo de negociação justo.”
Rússia afirma ter contido avanço da Ucrânia em Kursk
Em contrapartida, o chefe das Forças Armadas da Rússia, Valery Gerasimov, afirmou, no início do mês, que a Rússia conseguiu conter a incursão das tropas da Ucrânia na região fronteiriça de Kursk.
De acordo com a agência de notícias Associated Press, a operação envolveu cerca de mil soldados ucranianos, que avançaram até 15 quilômetros. A ação representa a maior incursão terrestre desde o início do conflito, em fevereiro de 2022.
O presidente russo, Vladimir Putin, classificou a ação como uma “provocação em grande escala”. Até a ocasião, o governo ucraniano não havia se pronunciado sobre o evento.
Segundo o Kremlin, a resposta russa, que incluiu ataques aéreos, mísseis, artilharia e tropas terrestres, conseguiu impedir o avanço inimigo.