A Volkswagen, emblemática do milagre econômico da Alemanha pós-guerra, enfrenta desafios significativos em um cenário competitivo global, como mostra uma reportagem do Financial Times.
Desde sua fundação em 1937, a montadora nunca teve controle total sobre seu destino, sendo influenciada por uma complexa rede de acionistas, políticos e sindicatos.
Atualmente, a empresa luta contra concorrentes chineses que trazem preços mais baixos e se adapta à transição para veículos elétricos, enquanto discute sua governança.
Recentemente, planos de fechar fábricas na Alemanha e demitir milhares de funcionários provocaram reações intensas, com Daniela Cavallo, líder do conselho de trabalhadores da VW, caracterizando a situação como “existencial” para seus 296 mil empregados.
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- O governo alemão também se manifestou, enfatizando que erros da gerência não devem prejudicar os funcionários.
- A crise atual ameaça não apenas a VW, mas também a base do “Wirtschaftswunder”, o milagre econômico alemão, especialmente em um momento de recessão.
- Com a transição para veículos elétricos e uma dependência crescente do mercado chinês, a Volkswagen se vê obrigada a cortar custos e reavaliar sua estrutura operacional, onde algumas fábricas são duas vezes mais caras que as concorrentes.
Historicamente, a VW enfrentou crises, mas conseguiu se reinventar. O foco na eletrificação e a necessidade de competir com preços mais acessíveis são agora urgentes.
A empresa continua com um sólido fluxo de caixa e um forte portfólio de marcas, mas precisa superar suas limitações internas e encontrar um equilíbrio entre as demandas de seus stakeholders para garantir um futuro sustentável.
Analistas acreditam que, se a Volkswagen conseguir alinhar seus interesses internos, poderá se recuperar e prosperar no novo mercado automotivo.