quarta-feira, novembro 27, 2024
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Você não viverá para ver primeira órbita completa de Plutão

Plutão, o ex-planeta, tem história complexa que reflete a evolução de nossa compreensão do Sistema Solar. Descoberto em 1930, após décadas de buscas, ele reinou como o nono planeta por quase 76 anos antes de ser rebaixado à categoria de planeta anão.

A saga de Plutão começou com as anomalias observadas na órbita de Urano. Astrônomos do século XIX notaram que o gigante gasoso não se comportava como previsto pelas leis de Newton. A explicação? Um planeta desconhecido, além de Urano, exercia influência gravitacional. Essa hipótese levou à descoberta de Netuno.

Plutão capturado pela New Horizons durante aproximação em 2015 (Imagem: NASA/JPL)

Plutão e sua órbita

  • No entanto, ainda havia discrepâncias nas órbitas de Urano e Netuno;
  • O astrônomo Percival Lowell postulou a existência de um “Planeta X” para explicar essas anomalias;
  • Em 1930, Clyde Tombaugh, usando um comparador de piscada (equipamento que alternava, rapidamente, entre duas imagens da mesma parea do céu), finalmente localizou Plutão na região prevista por Lowell;
  • “Plutão é orbitado por cinco luas conhecidas, a maior das quais é Caronte”, explica a NASA. “Caronte tem cerca de metade do tamanho do próprio Plutão, o que o torna o maior satélite em relação ao planeta que orbita em nosso Sistema Solar. Plutão e Caronte são frequentemente chamados de ‘planeta duplo’”;
  • A alegria da descoberta, porém, foi breve. Com o tempo, os astrônomos identificaram outros objetos semelhantes a Plutão no Cinturão de Kuiper, região além da órbita de Netuno repleta de corpos celestes gelados. Essa descoberta desafiou a definição clássica de planeta.

Em 2006, a União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês) estabeleceu novos critérios para a classificação de um planeta. Um dos critérios era que o objeto deveria ter “limpado sua vizinhança orbital”. Plutão, compartilhando sua órbita com outros objetos, não atendia a esse requisito. Assim, foi reclassificado como planeta anão.

A órbita de Plutão é peculiar, sendo altamente elíptica e inclinada em relação ao plano orbital dos outros planetas. “A órbita oval de Plutão, com 248 anos de duração, pode levá-lo a até 49,3 unidades astronômicas (UA) do Sol e a até 30 UA”, explica a NASA.

Como pontua o IFLScience, os dias em Plutão demoram 153 horas, mais ou menos, para acabar. Sua órbita leva 248 anos terrestres. Portanto, nem você e nem eu estaremos vivos para vê-lo completar sua primeira órbita completa após ter sido descoberto. A não ser que, até lá, consigamos aumentar significativamente nossa expectativa de vida. Afinal, os astrônomos estimam que isso ocorrerá em 23 de março de 2178.

Simulação da sonda New Horizons se aproximando de Plutão
Ex-planeta só vai completar sua atual órbita daqui a mais de 130 anos (Imagem: muratart/Shutterstock)

Via Olhar Digital

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