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A Kaspersky listou (e desmistificou) cinco mitos sobre tecnologia nos quais muitas pessoas ainda acreditam. A lista surgiu após a empresa de cibersegurança fazer uma pesquisa da qual dez mil pessoas participaram.
A empresa publicou tanto a pesquisa completa (em inglês) quanto a lista de “superstições digitais” (em português) no seu site. Entre os mitos citados, estão: verossimilhança de chatbots e segurança de redes públicas de Wi-Fi.
Cinco mitos sobre tecnologia que muitas pessoas ainda acreditam
Confira abaixo os cinco mitos digitais selecionados e desmistificados pela Kaspersky:
É difícil diferenciar chatbots e humanos
Quase metade (47%) dos entrevistados pensa assim. À primeira vista, ser capaz de diferenciar uma IA dos bate-papos humanos pode parecer complicado. No entanto, existem macetes para distinguir chatbots de humanos. São eles:
- Estilo de conversa: Bots tendem a ter um estilo de comunicação mais formal ou mecânico, enquanto humanos podem usar coloquialismos, jargões e linguagem mais expressiva;
- Velocidade de resposta: bots geralmente respondem de forma muito rápida e consistente, enquanto humanos podem demorar um pouco para responder porque precisam pensar na resposta;
- Tópicos limitados: bots podem ter um conhecimento limitado e não conseguir entender contexto ou nuances de uma conversa.
Respostas geradas por IA geralmente envolvem comunicação seca, objetiva, muita repetição e desvio mínimo do tópico. A informação é exata, mas o tom é de livro didático.
Fico invisível na navegação anônima
Quatro em cada dez pessoas concordam com essa afirmação. Mas o modo anônimo não torna sua navegação totalmente privada. Para entender isso, é preciso ir por partes.
De um lado, esse modo não salva o histórico de navegação, não lembra as informações inseridas nos sites visitados e não armazena os dados no cache do navegador. Ou seja, não deixa rastros de navegação no dispositivo.
De outro, a navegação anônima não oculta o endereço IP. Portanto, se alguém quiser, conseguirá obter as informações de sua localização. Além disso, dá para expor a identidade se você estiver conectado a um site.
Assim, a navegação anônima é perfeita para quando se deseja deixar o mínimo de rastros possíveis num dispositivo. Mas esse usuário não fica invisível quando ativa esse modo.
Modo avião impede vigilância
Segundo a empresa, 28% dos entrevistados desligam o telefone ou mudam para o modo avião durante uma conversa frente a frente. Além disso, 26% fazem isso sempre que estão em local público. Mas esse método antiespionagem não funciona.
Existem cavalos de troia que podem gravar som ambiente, mesmo quando o celular infectado não tem acesso à Internet. E assim que o modo avião é desativado, o malware transfere imediatamente os dados coletados para o servidor dos invasores.
Wi-Fi público é seguro
Pelo menos 39% dos entrevistados mundo afora acreditam nisso. E estão enganados.
Em julho, na véspera das Olimpíadas, a Kaspersky analisou a segurança de cerca de 25 mil pontos de acesso de Wi-Fi únicos na capital francesa. E descobriu que um quarto deles não era seguro. Além disso, muitos estavam com protocolos de segurança desatualizados.
“Os resultados podem ser aplicados em qualquer cidade ao redor do mundo, então, podemos dizer que as coisas dificilmente são diferentes em Moscou, Berlim, Tóquio ou São Paulo”, diz a empresa.
O conselho é: evite usar redes Wi-Fi públicas (conecte apenas em casos absolutamente necessários). Se usar, siga as seguintes recomendações:
- Não faça compras on-line;
- Não faça login em contas pessoais que não tenham autenticação de dois fatores;
- Ative uma VPN confiável em seus dispositivos e um firewall em notebooks;
- Desative o compartilhamento de arquivos e o AirDrop em seus dispositivos.
Celular rastreia meus movimentos
Dois terços (67%) dos entrevistados têm certeza de que o celular rastreia a geolocalização o tempo todo. Isso pode até acontecer, mas na maioria dos casos o “rastreamento” é voluntário. É que usuários geralmente cedem uma grande quantidade de permissões aos aplicativos para permitir que eles forneçam dados para seus desenvolvedores.
Além disso, existem spywares – programas que se passam por aplicativos legítimos, mas, na verdade, gravam chamadas, leem mensagens e podem até rastrear movimentos. “É por isso que aconselhamos cada um desses 67% a verificar e garantir que não haja nenhum spyware no dispositivo”, diz a empresa.