Se existe vida, há uma chance de encontrar vírus que não podem se reproduzir sem um hospedeiro. Isto continua valendo até em ambientes extremos como as fontes geotérmicas do Parque Nacional de Yellowstone, nos EUA, onde a forma de vida mais abundante é uma classe de algas vermelhas unicelulares, as Cyanidiophyceae.
Um novo estudo realizado por cientistas estudou amostras para compreender melhor como funcionam as interações entre as algas e os vírus locais.
Descobertas do estudo sobre algas e vírus
- Foi descoberto na água, interior de rochas e no solo de Lemonade Creek, dentro do parque, coleções únicas de vírus. Os vírus gigantes (Megaviricetes) foram os mais dominantes.
- “Existem múltiplas classes de vírus divergentes nesses locais que são muitas vezes específicos do habitat (…) Os megaviricetes são a classe dominante em Lemonade Creek, sugerindo que podem infectar e influenciar a dinâmica populacional das algas vermelhas”, revela a pesquisa.
- Observando os genes dos vírus, os pesquisadores puderam ver como eles se adaptaram à vida termofílica, ou seja, em meio ao calor.
- Suas proteínas mostram que os vírus pertencem a uma linhagem extremamente antiga que desenvolveu a capacidade de amar altas temperaturas. Isto sugere que os vírus prosperam na região por muito tempo.
- Os vírus não estão tecnicamente vivos, mas desempenharam um papel fundamental em muitos processos biológicos e tiveram uma enorme influência na árvore evolutiva da vida. Por isso, é possível que os vírus das fontes termais em Yellowstone forneçam uma visão inestimável sobre a vida mais antiga da Terra, conclui o estudo.
Curiosamente, alguns vírus estão relacionados com outros vírus termofílicos que vivem nas profundezas do oceano em torno de fontes hidrotermais, que podem conter as condições ideais para criação de vida a partir de produtos químicos inorgânicos. Por isso, é possível que os micróbios termofílicos nas profundezas do mar tenham estado entre as primeiras formas de vida na Terra.
Com informações do Iflscience. O estudo foi publicado na revista Communications Biology.