segunda-feira, novembro 25, 2024
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Vida na Terra pode ter se originado a partir das placas tectônicas

Existem algumas teorias sobre o que deu origem à vida na Terra. Uma delas sugere que o grande diferencial do nosso planeta é a existência das placas tectônicas. Segundo esta hipótese, estas movimentações possibilitaram a estabilização do clima, bem como o transporte de minerais e moléculas para a superfície.

O grande desafio é entender quando todo esse processo surgiu. Alguns cientistas dizem que isso aconteceu há 700 milhões de anos, quando vida multicelular simples já existia. Mas pesquisas mais recentes contrariam esta visão e defendem que as movimentações tectônicas ocorreram muito antes disso.

Placas tectônicas criaram condições únicas na Terra

  • O que corrobora com a teoria do surgimento da vida ter relação com as placas tectônicas é o fato da Terra ser o único planeta do sistema solar que conta com este mecanismo.
  • Os demais planetas possuem uma única placa rígida, chamada “tampa estagnante” ou “tampa única”.
  • Os cientistas explicam que a movimentação faz com que pedaços enormes da superfície mergulhem no manto móvel e mais quente, destruindo a crosta oceânica.
  • Já a crosta continental é mais leve e flutua acima da destruição da subducção, mas pouco da crosta antiga ainda sobrevive devido à erosão e outros fenômenos decorrentes da passagem do tempo.
  • Atualmente, menos de 7% das rochas da superfície possuem mais de 2,5 bilhões de anos.
  • E, segundo os pesquisadores, nada sobreviveu do primeiro meio bilhão de anos da Terra.
  • Dessa forma, a única evidência da movimentação tectônica são rochas formadas em zonas de subducção, que possuem cerca de 700 milhões de anos.
Movimentações tectônicas teriam sido responsáveis pelo transporte de minerais e moléculas para a superfície (Imagem: VicPhotoria/Shutterstock)

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Movimentações tectônicas podem ser muito mais antigas do que se pensa

A parti de análises feitas em mudanças na química das rochas, pesquisas recentes (entre elas uma publicada no Journal of the Geological Society) sugerem que, há cerca de 3,8 bilhões de anos, uma crosta estável e antiga deu lugar à configuração atual do nosso planeta. Não se sabe ao certo, mas estima-se que o início das movimentações tectônicas tenha ocorrido no Éon Arqueano (período que vai de 4,03 a 2,5 bi de anos atrás).

As placas tectônicas já ajudaram a vida a se recuperar de extinções. Por exemplo, quando o dióxido de carbono extinguiu 90% das espécies do mundo no final do período Permiano, a quebra e sedimentação de minerais com carbono os levou ao oceano. Os organismos marinhos então transformaram o carbono em recifes e conchas, que, por sua vez, viraram calcário, este levado ao interior do planeta pela subducção, livrando a Terra do carbono e permitindo a volta de formas de vida.

Um indício disso são as zirconitas, minerais sobreviventes dos primeiros 500 milhões de anos da Terra e que sobrevivem às temperaturas e pressões do manto. Elas são menores do que um grão de areia, mas provam que havia um oceano no planeta há 4,4 bi de anos, apenas 200 mi de anos depois do planeta se formar, e muito antes da vida surgir.

Ciência ainda sabe pouco sobre o surgimento das placas tectônicas (Imagem: Naeblys/Shutterstock)

Alguns pesquisadores acreditam que isso significa que a crosta estava se reciclando na época, já que a água enfraquece a crosta e gera o potencial de quebra e subducção. No entanto, não há consenso sobre o assunto.

No Hadeano (período que vai de 4,6 a 3,95 bilhões de anos atrás), a colisão de um planeta do tamanho de Marte com a Terra também teve importância em toda esta história. Ele quebrou e derreteu a Terra primordial, apenas 100 milhões de anos depois dela ter se formado, moldando-a como a conhecemos hoje, além de ter criado a Lua.

As plumas de material quente que geraram o manto podem ter vindo dessa colisão, também possivelmente criando a primeira subducção, cerca de 200 milhões de anos depois. De fato, existem muitas dúvidas e poucas certezas sobre o assunto. Mas uma delas é que as placas tectônicas são fundamentais para a vida no nosso planeta.

Via Olhar Digital

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