O deputado Dr. Victor Linhalis (Podemos-ES) decidiu deixar o cargo de vice-líder do governo Lula na Câmara em razão de divergências com o Palácio do Planalto sobre um projeto de lei do qual é relator que trata de invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A exoneração do parlamentar do posto foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) da segunda-feira 22.
“A decisão se deu pela divergência de opiniões em relação à pauta da segurança jurídica no campo, da qual o deputado é relator”, disse nota da assessoria de Linhalis. “Enquanto o parlamentar defende o endurecimento da legislação e a segurança jurídica ao produtor rural quanto às invasões de terra, o direcionamento da liderança do governo vai em sentido contrário.”
Ou seja, o líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), tentou influenciá-lo a mudar o voto em relação ao projeto. Atualmente, o governo Lula tem 19 vice-líderes na Câmara, que são responsáveis por auxiliar na articulação dos projetos de interesse do Planalto. Sem Linhalis, serão 18.
No Instagram, Linhalis postou um vídeo e declarou que é contrário a invasões de terra. “Invasão de terras não! Sigo com o meu posicionamento contrário ao movimento que invade terras e que devasta a produção do campo. Os produtores rurais têm direito de lutar pelo que é seu por direito, de trabalhar e de gerar riquezas para o Brasil”, afirmou.
Projeto contra invasões pelo MST está na CCJ
O texto relatado por Linhalis, que tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, permite que proprietários rurais acionem a polícia para retirar invasores das terras sem necessidade de ordem judicial. A proposta é uma reação ao crescente número de invasões no país pelo MST. Apenas no “Abril Vermelho”, o MST invadiu 31 propriedades.
Espírito Santos aprova projeto que pune invasores de terra
Deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) devem insistir na retomada da pauta nesta semana.
Redação Oeste, com informações da Agência Estado.