sexta-feira, novembro 22, 2024
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Vice do Grêmio fala de paralisação do Brasileiro e exalta união com rivais do RS

“A suspensão, que era um pleito que a rigor nem precisaria de tão óbvia que era a situação, de não continuar um campeonato diante da tragédia que Grêmio, Inter e Juventude estão vivendo. Nós somos pessoas, futebol é feito de pessoas, é feito para pessoas, e nós não estamos afastados do contexto do Rio Grande do Sul. Aquela situação que exigia que nós jogássemos futebol, quando sequer a gente tinha posto a salvo as pessoas que nos rodeiam, me parecia por demais absurda”, declarou o dirigente, que exaltou a medida da CBF.

“Ainda bem que se chegou a uma solução [paralisação]. Isso não resolve o problema, nos dá tempo para se preparar e competir em igualdade de condições.”

Em meio à tragédia vivida pelo povo gaúcho, alguns clubes eram favoráveis pela continuidade do Brasileirão, com as equipes do Rio Grande do Sul atuando e treinando em outros estados. Essa atitude foi classificada como “falta de sensibilidade” por Magrisso.

“Eu não quero julgar as razões que levaram os dirigentes a tomar essa postura [votar contra paralisação]. Como dirigente, a gente sempre procura defender o interesse do nosso clube, mas tem momentos em que há interesses muito maiores em jogo. Talvez tenha faltado essa sensibilidade”, disse o dirigente, que aproveitou para exaltar o grupo que votou pela paralisação, e mandar um recado aos clubes “do contra”.

“Eu vejo como positivo o fato de uma união de 15 clubes tão importantes em um momento tão decisivo. Então, os clubes que votaram contra vão ter tempo de refletir e perceber que tomaram a decisão errada”, destacou.

O vice-presidente do Grêmio exaltou a união com Internacional e Juventude neste momento de tragédia que o estado atravessa. Para Magrisso, a paralisação de duas rodadas não é o suficiente, e ele promete um novo debate com a entidade máxima do futebol brasileiro.

Nós somos rivais dentro do campo, mas parceiros na vida. Era de nossa preocupação o adiamento dos jogos por uma questão de solidariedade, e por uma questão de preservação do equilíbrio técnico da competição. Isso foi alcançado de forma parcial com esses dois jogos. A gente tem que ver o quanto isso é suficiente ou não, mas certamente a gente vai levar um pleito de que uma entidade como a CBF tem a condição e o dever de socorrer os seus filiados em um momento de tanta dificuldade

Eduardo Magrisso, vice-presidente do Grêmio

Eduardo Magrisso também relembrou da “operação cinematográfica” para resgatar 45 pessoas que estavam alojadas no CT gremista durante as enchentes em Porto Alegre.

“Dentre as 45 pessoas, 35 meninos de outros estados foram resgatados pelo atacante Diego Costa de carro. Foi uma operação com uma logística muito intensa. O nosso CT completamente alagado, porque ele fica na margem de um curso de água importante também”, disse o vice-presidente, que detalhou a situação difícil das instalações do clube.

“Nós temos um instituto chamado ‘Instituto Geração Tricolor’, que é uma entidade beneficente que atende crianças do bairro Humaitá e que também foi completamente alagado. A Arena ainda está debaixo d’água e é administrada por uma outra empresa, mas o Grêmio tem o prejuízo de não poder jogar lá e não poder acessar a sua sede administrativa. O único lugar do Grêmio que não está alagado é o Estádio Olímpico”, comentou.

Vale lembrar que o Grêmio teve sua loja da Arena saqueada, causando danos financeiros ao clube.

Por fim, o dirigente lembrou que, mesmo com a paralisação do Brasileiro, o Grêmio retorna aos treinamentos de olho na disputa da Libertadores. A equipe comandada por Renato Gaúcho voltou aos trabalhos nesta sexta-feira (17) no CT Joaquim Grava, do Corinthians.

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Via CNN

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