O reajuste no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) cobrado em operações envolvendo moedas estrangeiras já começa a impactar tanto turistas quanto empresas do setor de viagens, segundo associações e especialistas.
A mudança, anunciada pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva na quinta-feira 22, elevou impostos para quem adquire moeda ou utiliza cartões internacionais no exterior.
Empresas do ramo turístico avaliam que o aumento dos impostos pode provocar uma redução na procura por viagens internacionais e também encarecer os pacotes já contratados.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, estimativas da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) mostram que o preço final dos pacotes ao exterior deve subir entre 2% e 3%.
Turistas devem repensar viagens e buscar estratégias para economizar, dizem especialistas
Diante do aumento do IOF, especialistas afirmam que os turistas devem buscar formas de economizar — como encurtar as viagens, optar por hospedagens mais baratas e evitar compras.
O presidente da Maringá Turismo, Marcos Arbaitman, diz que a medida impacta especialmente quem já tinha planejado viagens para destinos como Disney e Europa. Segundo ele, muita gente financiou essas viagens e será diretamente prejudicada.
As alíquotas subiram: o IOF em compras internacionais com cartão (crédito, débito e pré-pago) e cheques de viagem foi de 3,38% para 3,5%. Para compra de moeda em espécie, o salto foi ainda maior: de 1,1% para 3,5%.
Já o CEO da Agaxtur, Aldo Leone, avalia que o setor vive um momento de instabilidade. “Virou uma crise de insegurança”, disse. “Isso afeta tudo, economia e finanças. A pior situação é a falta de previsibilidade.”
Impacto do aumento do IOF sobre plataformas e agências de turismo

Plataformas como Wise e Nomad passaram a aplicar a nova alíquota de 3,5% já na sexta-feira 23, tanto em compras com cartão quanto na compra de moedas estrangeiras e transferências internacionais entre contas do mesmo titular. O aumento também vale para remessas enviadas ao exterior.
Segundo a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), o reajuste pode encarecer viagens já agendadas, pois o IOF maior incide sobre remessas feitas pelas agências aos fornecedores internacionais.
O assessor jurídico da entidade, Marcelo Oliveira, alertou que o custo final pode subir, especialmente em casos com pagamentos pendentes em moeda estrangeira, uso futuro de cartões internacionais ou novas remessas. Ele recomenda que as agências revisem contratos e informem os clientes sobre possíveis cobranças extras.
A Braztoa informou que pacotes fechados diretamente com operadoras não sofrerão reajuste. No entanto, quem comprou por outros canais e ainda não viajou pode ter custos adicionais.