Arqueólogos descobriram uma rara vesícula biliar de porcelana preservada durante um século na sepultura de uma mulher não identificada. A condição médica – que causa a calcificação da vesícula por excesso de cálculos biliares – nunca havia sido encontrada em um esqueleto arqueológico antes. Um estudo foi publicado em março no International Journal of Osteoarchaeology.
Entenda:
- Arqueólogos descobriram um raro caso de vesícula biliar de porcelana no esqueleto centenário de uma mulher;
- A condição causa a calcificação da vesícula por excesso de cálculos biliares – que ajudaram a manter o órgão conservado após tantos anos;
- A vesícula biliar foi encontrada no esqueleto de uma mulher enterrada no cemitério do Mississippi State Lunatic Asylum, antiga instituição psiquiátrica dos Estados Unidos;
- O conteúdo da vesícula pode ser estudado futuramente para ajudar a criar um banco de dados de composição química, auxiliando os arqueólogos na identificação de cálculos biliares;
- O estudo foi publicado no International Journal of Osteoarchaeology.
O órgão foi encontrado nos restos do esqueleto de uma mulher de meia-idade enterrada no cemitério do antigo Mississippi State Lunatic Asylum, instituição psiquiátrica fundada em 1855 e fechada em 1935. Naturalmente, após a morte, é esperado que os órgãos se deteriorem completamente com o passar do tempo, mas a vesícula biliar se manteve conservada e endurecida pela calcificação.
Cálculos biliares foram encontrados em outros esqueletos
Como explica Jennifer Mack, bioarqueóloga do Centro Médico da Universidade do Mississippi e líder do estudo, ao WordsSideKick, a condição geralmente não provoca sintomas e costuma afetar mais as mulheres. “A doença da vesícula biliar é bastante comum nas populações americanas modernas, embora as taxas tenham aumentado nas últimas décadas.”
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As exumações foram conduzidas por pesquisadores do Projeto Asylum Hill, e, dos primeiros 100 esqueletos recuperados, cinco apresentaram cálculos biliares – além da mulher com a vesícula de porcelana. “A aparente elevada proporção de pacientes de asilo com colecistite é uma coincidência, já que não há associação entre doenças da vesícula biliar e doenças mentais ou fisiológicas que causam sintomas neuropsiquiátricos”, escreve a equipe no artigo.
Mack ainda diz que, futuramente, o conteúdo da vesícula biliar de porcelana pode ser alvo de testes para ajudar a criar um banco de dados de composição química, auxiliando os arqueólogos na identificação de cálculos biliares.