Pesquisadores da Universidade de Copenhage, na Dinamarca, e da Universidade de Lund, na Suécia, descobriram um grupo de vermes marinhos do gênero Vanadis que têm ótima visão e, como acreditam os cientistas, são capazes de enxergar luz UV (ultravioleta) e se comunicar em sua própria linguagem secreta.
Entenda:
- Uma dupla de biólogos das universidades de Copenhage e Lund descobriu uma espécie de vermes marinhos do gênero Vanadis que pode enxergar luz ultravioleta e, provavelmente, se comunicar através da luz;
- Com olhos que pesam cerca de vinte vezes mais que sua cabeça inteira, os hábitos noturnos do verme instigaram os cientistas Anders Garm e Michael Bok a estudar a espécie a fundo;
- Em um artigo publicado na revista Current Biology, a dupla explica que o verme possui uma ótima visão apesar de seu cérebro minúsculo;
- A visão UV da espécie pode ter sido desenvolvida para enxergar sinais bioluminescentes no mar noturno e, como sugerem os cientistas, comunicar-se em uma linguagem própria através da luz.
Os olhos do Vanadis são tão grandes que pesam cerca de vinte vezes mais que o resto de sua cabeça. A espécie tem hábitos noturnos, mantendo-se escondida da luz do sol – e foi exatamente esse comportamento que fez com que o biólogo Anders Garm, da Universidade de Copenhague, se empenhasse em investigar a espécie ao lado de Michael Bok, da Universidade de Lund. O estudo foi publicado na Current Biology.
Verme marinho que enxerga luz UV pode ser bioluminescente
“Juntos, pretendemos desvendar o mistério de por que um verme quase invisível e transparente que se alimenta na calada da noite evoluiu para adquirir olhos enormes. O primeiro objetivo era responder se os olhos grandes conferem ao verme uma boa visão”, diz Bok em um artigo publicado no site da Universidade de Copenhague.
Os cientistas explicam que a visão dos Vanadis é excelente e avançada, podendo enxergar pequenos objetos e rastrear seus movimentos. “Sua visão está no mesmo nível da de camundongos ou ratos, apesar de ser um organismo relativamente simples com um cérebro minúsculo”, explica Garm.
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Isso pode estar relacionado ao fato de que a visão dos vermes é voltada à luz ultravioleta, invisível ao olho humano – o que indica que, provavelmente, o objetivo de seus olhos é enxergar sinais bioluminescentes no mar noturno. “Temos uma teoria de que os próprios vermes são bioluminescentes e se comunicam entre si por meio da luz”, propõe a dupla.
Por enquanto, os pesquisadores seguem acompanhando a espécie para descobrir como os vermes conseguiram alcançar uma visão tão boa, além de continuar investigando a capacidade de bioluminescência.