A vereadora paulistana Elaine Mineiro (Psol) impediu a fala da vereadora Sonaira Fernandes (PL) ao retirar o microfone da mão dela. Sonaira discursava a favor da privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), na Câmara Municipal de São Paulo, na última quarta-feira, 17.
Além da postura da vereadora psolista, também conhecida como Elaine do Quilombo Periférico, um militante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) foi detido pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) a pedido do vereador Rubinho Nunes (União Brasil), que presidia a 2ª audiência pública.
Ao fim da sessão, Sonaira protocolou uma queixa à corregedoria da Câmara Municipal. “Precisamos colocar as coisas no lugar porque o Psol muito fala de respeito ao lugar de fala”, disse a vereadora do PL. ‘Mas desrespeita uma mulher livre que ousa pensar de maneira diferente deles.”
No caso do integrante do MTST, Rubinho Nunes informou ao site Poder360 que solicitou a retirada do homem por ele ter “partido para cima” da vereadora Sonaira.
“Mesmo advertido, continuou sendo agressivo com ela”, explicou o vereador. “Ele foi até o balcão berrando, apontando e gesticulando. Não lembro se chegou a bater, apesar da postura excessiva, especialmente contra uma mulher.”
Durante a audiência, militantes de esquerda invadiram o plenário da Câmara Municipal de São Paulo e causaram tumulto. Um homem foi detido por agentes da Guarda Civil.
A sessão começou por volta das 11h. Em meio aos “protestos”, o integrante do MTST avançou contra os vereadores e bateu no balcão. Diante do ocorrido, um dos parlamentares acionou os guardas da GCM, que retiraram o homem do plenário. Ele foi imobilizado no local e, posteriormente, encaminhado ao 8º Distrito Policial (Brás).
Nunes, também presidente da Comissão de Política Urbana e Meio Ambiente da Casa e relator da comissão especial que trata da desestatização, disse a Oeste que as tentativas dos esquerdistas de atrapalhar o processo de privatização da empresa refletem a falta de cuidado dos militantes com a população mais pobre.
“Os mesmos esquerdistas que dizem defender os pobres não parecem se importar com o pobre andando no esgoto”, disse o vereador. “De acordo com o Instituto Trata Brasil, cerca de 2,5 milhões de pessoas na Região Metropolitana de São Paulo não têm serviços de esgotamento sanitário. A pauta da privatização da Sabesp foi amplamente debatida nas eleições de 2022, e a vitória do governador Tarcísio de Freitas deixou claro que a população paulistana aprova a política de privatização de estatais.”
Relatório de vereadores lista benefícios da desestatização da companhia
A comissão especial que trata da privatização da Sabesp na Câmara Municipal produziu um relatório que apoia a venda da estatal. O documento foi apresentado aos vereadores em 21 de março.
De acordo com os parlamentares, a venda da Sabesp deve fortalecer a empresa. Além disso, vai assegurar a “universalização do serviço de saneamento básico”. A comissão cita uma série de expectativas positivas com a venda da estatal.
Conforme o relatório, cerca de 395 mil domicílios serão integrados à rede de esgoto até 2029, fornecendo acesso à agua tratada a 332 mil domicílios por meio da venda de ações planejadas pelo governo do Estado.