O vereador curitibano Guilherme Kilter (Novo) apresentou, no último sábado, 12, um projeto de lei na Câmara Municipal de Curitiba para revogar o título de cidadão honorário do ministro ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O título foi concedido em 2002. A proposta também declara o magistrado como “persona non grata” na capital paranaense, depois de declarações críticas à cidade.
Durante o evento Brazil Conference, realizado no último sábado, nos Estados Unidos, Gilmar afirmou estar orgulhoso do processo de “desmanche da Lava Jato”. O ministro classificou a operação de “organização criminosa”. De acordo com Kilter, as declarações do magistrado foram ofensivas às instituições locais da cidade.
Críticas à Lava Jato
Gilmar voltou a afirmar que houve “exageros” por parte dos investigadores e afirmou que já havia desconfianças sobre possíveis “abusos” na operação. Essas afirmações reforçaram a decisão de Kilter de retirar o título honorário do ministro do STF.

Em maio deste ano, no programa Roda Viva, da TV Cultura, Gilmar disse que “Curitiba gerou Bolsonaro e o fascismo”. Essas palavras foram interpretadas como um ataque à cidade e seus esforços anticorrupção.
“Gilmar Mendes mancha a reputação de Curitiba”
Kilter argumenta que, embora Gilmar tenha direito à livre expressão, as críticas sistemáticas mancham a reputação de Curitiba. De acordo com o vereador, “manter o título honorário seria incompatível com a homenagem, que deve honrar contribuições positivas à cidade”.
O projeto também propõe que Curitiba seja reconhecida oficialmente como o “Berço do Combate à Corrupção no Brasil”. A capital paranaense foi palco da Operação Lava Jato, que começou em 2014. A ação resultou na recuperação de bilhões de reais e centenas de condenações, com participação do Ministério Público Federal e aval do Poder Judiciário.
A proposta de Kilter inclui medidas para valorizar e preservar a memória da operação, como ações culturais e educativas sobre o combate à corrupção. Estão previstas a instalação de placas comemorativas em locais estratégicos da cidade.
Outra iniciativa é estimular a produção de conteúdo que destaque a história e os efeitos da operação. O projeto de lei ainda passará por discussão e votação na Câmara Municipal.