segunda-feira, novembro 25, 2024
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Verdadeira história da origem da Lua pode ter sido descoberta

Os astronautas da NASA já coletaram mais de 360 quilos de rocha e solo da Lua apenas em missões da Apollo de 1969 a 1972. Análises desse material mostraram algumas semelhanças com a Terra, como riqueza em cálcio, basáltico e datado de cerca de 60 milhões de anos após a formação do sistema solar.

Os dados também permitiram chegar a um consenso: de que a Lua teria se formado a partir de detritos após uma colisão com a Terra. Mas essa narrativa de 40 anos pode não ser a verdadeira história.

Nova pesquisa sugere que a Lua foi “capturada” pela Terra

  • Darren Williams, professor de astronomia e astrofísica na Penn State (Universidade Estadual da Pensilvânia) e Michael Zugger, engenheiro de pesquisa sênior no Applied Research Lab na Penn State, sugerem outra possibilidade.
  • Na teoria alternativa, a gravidade da Terra capturou a Lua — tornando-a um satélite que orbita em seu plano atual.
  • Segundo os pesquisadores, a Lua foi capturada durante um encontro próximo entre a Terra, o satélite natural e outro objeto rochoso.
  • A Lua também está “mais alinhada com o Sol do que com o equador da Terra”, disse Williams.

“Uma lua que se forma a partir de uma colisão planetária deveria orbitar acima do equador do planeta. A lua da Terra orbita em um plano diferente”, acrescenta o especialista.

Williams e Zugger determinaram ainda que a Terra pode ter capturado um satélite ainda maior que a Lua (do tamanho de Mercúrio ou Marte) mas a órbita resultante pode não ter sido estável.Imagem: Gabriel Sérvio/Criada por DALL-E/Olhar Digital)

Há evidências de que o mesmo fenômeno também aconteceu em outros lugares, explica Williams, apontando para Tritão, a maior das luas de Netuno. A hipótese é que Tritão foi puxado para a órbita do Cinturão de Kuiper, uma região circular repleta de asteroides nos confins do Sistema Solar. Sua órbita também é mais inclinada, com um ângulo de 67 graus em relação ao equador de Netuno.

Nova pesquisa de Darren Williams, professor de astronomia e astrofísica na Penn State, oferece uma nova possibilidade de como a Lua se formou. (Créditos da imagem: Penn State Behrend / Penn State . Creative Commons)

O problema é que a órbita de “captura” começou como uma elipse alongada, em vez de um círculo. Com o tempo, influenciada por marés extremas, o formato da órbita mudou. “Hoje, a maré da Terra está à frente da Lua”, disse Williams. “A maré alta acelera a órbita. Com o tempo, a Lua se afasta um pouco mais”.

A cada ano, segundo o pesquisador, a Lua se move 3 centímetros mais longe da Terra. Em sua distância atual — cerca de 384 mil quilômetros — o satélite já sente um “puxão” da gravidade do sol. “A Lua está agora tão distante que tanto o sol quanto a Terra estão competindo por sua atenção”, disse Williams.

Seus cálculos mostram que, matematicamente, um satélite capturado poderia se comportar como a Lua da Terra. Mas, no fim do dia, ele não tem certeza de que foi assim que ela surgiu.

“Ninguém sabe como a lua foi formada”, conclui o pesquisador. “Nas últimas quatro décadas, tivemos uma possibilidade de como ela chegou lá. Agora, temos duas. Isso abre um tesouro de novas perguntas e oportunidades para estudos posteriores.”

A pesquisa foi publicada no The Planetary Science Journal.

Via Olhar Digital

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