Manifestantes protestaram contra o regime do ditador Nicolás Maduro neste sábado, 3, na Avenida Paulista. O ato aconteceu na frente do Museu de Artes de São Paulo (MASP) e reuniu diversos venezuelanos com cartazes em prol da liberdade e da democracia.
Neste sábado, venezuelanos também protestaram contra Maduro em Caracas.
“Eles obrigam as pessoas a votar nele [Maduro]”, afirmou a Oeste a venezuelana Maria Ríbas. “Ainda mais as pessoas pobres. A eleição foi uma fraude.”
“Com medo de ficar desempregado, a pessoa vota no Maduro”, disse a manifestante, que fugiu para o Brasil há três anos.
Outra mulher venezuelana relatou a Oeste que veio para o Brasil há cinco anos morar com a sua irmã no Ceará. Com o rosto pintado com as cores do país, ela afirmou que sente muita tristeza com a atual situação da população.
“As necessidades básicas das pessoas não podem ser cumpridas, porque o sistema de saúde, a educação, são muito ruins e decadentes”, explicou Janeth Manaure, de 53 anos.
Janeth disse que no último domingo, 28, o povo da Venezuela estava muito feliz porque já estava se preparando para a saída do governo de Maduro.
“A surpresa veio à noite, quando um rolo descarado anunciou a vitória de Maduro”, lamentou a manifestante. “Ficou bem claro que ele não ganhou. Maduro é um perdedor. Ele não respeita os direitos humanos.”
A mulher de 53 anos disse que a líder da oposição, María Corina Machado, é uma “enviada pelo Senhor Jesus Cristo”.
“Eles ficam cada vez mais ricos e com muito poder. A gente fica cada vez mais pobre. Na Venezuela, a classe média não existe. As pessoas ficam sem as necessidades básicas. A inflação é muito elevada e não há qualidade de vida. O salário não compensa. São muitos anos nessa situação. Toda a Venezuela já cansou desse sistema desgraçado socialista.”
Na Avenida Paulista, manifestantes buzinaram e gritaram em ato contra reeleição Maduro
A avenida, que geralmente fecha aos domingos, foi palco de buzinas, gritos e interpelações sobre o resultado das eleições na Venezuela. O pleito, realizado no último domingo, 28, foi questionado pela oposição e por países democráticos.
A oposição afirmou que os resultados foram fraudados e que Edmundo González é o novo presidente. Até agora, cinco países já reconhecer González como presidente eleito.
Apesar disso, a Justiça da Venezuela e o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), comandados pelo chavismo, continuam insistindo que Maduro foi reeleito com 51,2% dos votos.
“Eu desejo liberdade para a Venezuela”, disse Janeth Manaure. “Que Maduro e toda a sua comitiva vão embora. Que possa ser um país livre e democrático. Desejo isso de todo o meu coração.”
Leia “A farsa da Venezuela”, reportagem de Cristyan Costa Costa na Edição 228 da Revista Oeste”