sexta-feira, novembro 22, 2024
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Venezuela atinge recorde de presos políticos, afirma ONG

A Venezuela alcançou o maior número de presos políticos em quase 25 anos, com 1.780 detidos, e bateu assim o recorde deste século. A informação foi divulgada pela ONG Foro Penal, na quarta-feira 29. De acordo com a instituição, 114 detidos são menores de idade.

O aumento nas detenções ocorre depois das eleições presidenciais de 28 de julho, considerada fraudulenta pela oposição do ditador Nicolás Maduro e pela comunidade internacional.

Antes do pleito eleitoral, havia 199 presos políticos no país, segundo a ONG. Desde então, mais 1.581 pessoas foram presas em apenas um mês.

“Registramos e qualificamos o maior número de presos políticos conhecido na Venezuela, pelo menos no século XXI”, informou o Foro Penal no Twitter/X.

A organização monitora diariamente as prisões na Venezuela e já contabiliza mais de 2.400 detenções desde a crise pós-eleitoral.

Maior parte dos presos é formada por civis e homens, segundo publicação da ONG:

No mês passado, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro reeleito para um terceiro mandato de seis anos com 52% dos votos, contra 43% do adversário, Edmundo González Urrutia.

Contudo, o órgão atua sob o comando do regime chavista e não publicou as atas das urnas de votação, como exige a lei.

Protestos e aumento de presos políticos na Venezuela

O candidato da oposição acusou fraude e afirmou que venceu com 67% dos votos. Como prova, ele apresentou boletins das urnas que voluntários coletaram. Depois disso, protestos eclodiram pelas ruas de Caracas e já deixaram 27 mortos, 192 feridos e mais de 2.400 presos, segundo números oficiais.

A oposição denunciou uma “escalada repressiva”. Enquanto isso, a ditadura chavista chamou os presos de “terroristas” e culpou González e a líder da oposição, María Corina Machado, pela violência nas manifestações.

Assista a imagens dos protestos na Venezuela:

Prisão de líderes da oposição e mobilização popular

Maduro pediu a prisão dos dois líderes da oposição, que desde então estão escondidos. O Ministério Público, acusado de servir ao chavismo, intimou González Urrutia duas vezes, mas ele ignorou as convocações. O procurador-geral, Tarek William Saab, anunciou que o chamará novamente.

Nesta quarta-feira, 28, centenas de opositores venezuelanos protestaram contra Maduro, que também mobilizou sua base para comemorar sua reeleição. María Corina participou da manifestação em Caracas, a terceira desde que se declarou na clandestinidade em 1º de agosto, e afirmou que fará o “regime ceder”:

“Dizem que o regime não vai ceder, saibam que: vamos fazê-lo ceder e ceder significa respeitar a vontade manifestada em 28 de julho”, disse ela, segundo informações da agência de notícias AFP. “Este protesto é imparável.”



Via Revista Oeste

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