sexta-feira, novembro 22, 2024
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Vendas de eletrificados disparam no Brasil

Se no mundo o mercado dos carros elétricos parece ter dado uma desaquecida, no Brasil o caminho é o inverso. As concessionárias nunca venderam tantos eletrificados e híbridos como no primeiro semestre deste ano.

Segundo informa a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), de janeiro a junho de 2024, foram vendidos no país 79.304 unidades do tipo. Isso representa uma alta expressiva de 146% em relação ao mesmo período do ano passado.

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Quem liderou os números foram os chamados elétricos puros, ou BEVs, de Batery Electric Vehicle. Eles responderam por 39% dos emplacamentos.

Na sequência aparecem os híbridos plug-in, ou PHEVs, de Plug-in Hybrid Electric Vehicle. Eles somaram 29,5% das vendas. Os dois tipos respondem por quase 70% do total.

A previsão da ABVE é bastante otimista para o fechamento do ano também. A associação projeta que 2024 vai terminar com um novo recorde de vendas, superando as 150 mil unidades comercializadas.

Alguns desafios

  • Apesar dos excelentes números do setor em 2024, a ABVE manifestou preocupação com a recente alta dos impostos de importação.
A alta de impostos pode prejudicar as vendas de veículos elétricos no Brasil (Imagem: pexels)
  • Desde 1º de julho, os híbridos estão pagando 25% de taxas, os PHEVs 20% e os elétricos 18%.
  • O governo federal justificou a medida como forma de estimular a indústria automobilística nacional.
  • As montadoras instaladas no Brasil querem evitar uma invasão de EVs chineses, como aconteceu em outras partes do mundo.
  • O mais preocupante, segundo a associação, é que esse tributo vai aumentar com o passar dos anos.
  • O próximo reajuste do imposto será aplicado somente em julho de 2025, chegando a 30% para híbridos, 28% para híbridos plug-in e 25% para elétricos.
  • O passo final será em julho de 2026, quando todos os modelos eletrificados terão uma alíquota de 35%, independente de ser híbrido ou elétrico.
  • Sabendo desse movimento, empresas como a BYD e a GWM correram para importar o máximo de unidades possível antes do reajuste, criando um estoque suficiente para segurar os preços por mais alguns meses.
  • A BYD, por exemplo, trouxe 5.459 unidades em um único navio no final de maio.
  • A tendência, porém, é de uma alta de preços no 2º semestre.

O imposto do pecado

Outro percalço diz respeito às discussões na Câmara sobre a inclusão dos elétricos no chamado Imposto Seletivo (IS) da reforma tributária. Sim, os EVs ficariam sujeitos a outro imposto…

O IS, que ficou popularmente conhecido como o “imposto do pecado”, será aplicado sobre produtos considerados prejudiciais à saúde e ao meio ambiente – a alíquota ainda não foi definida.

Os parlamentares alegam que, apesar de não emitirem gases, os elétricos poluem de outra forma, com os pneus e o descarte de baterias, por exemplo.

As montadoras, por sua vez, discordam e dizem que a argumentação é rasa e sem sentido. Acrescentam que uma medida como essa vai tirar a possibilidade da classe média adquirir um elétrico, atrasando a renovação da frota nacional.

Mulher conversando em loja da BYD
Lobby da indústria nacional levou ao aumento dos impostos de importação sobre elétricos (Imagem: Lewis Tse/Shutterstock)

O tema ainda está em análise de um grupo de trabalho na Câmara dos Deputados, ou seja, ainda terá um longo caminho para percorrer no Legislativo. Seguimos de olho.

Via Olhar Digital

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