Vários países suspenderam o financiamento à agência das Nações Unidas de assistência aos palestinos (UNRWA), depois que a ONU demitiu 12 funcionários que são investigados por envolvimento nos ataques do Hamas, em 7 de outubro de 2023.
Os ataques provocaram a guerra em Gaza que já dura mais de 100 dias.
Veja quais países pausaram o financiamento:
Estados Unidos: Os Estados Unidos foram os primeiros a suspender a ajuda financeira à agência. O anúncio foi feito pelo Departamento de Estado americano. “O secretário de Estado Antony Blinken falou com o secretário-Geral das Nações Unidas António Guterres em 25 de janeiro para enfatizar a necessidade de uma investigação completa e rápida deste assunto”, disse o porta-voz Matt Miller em um comunicado.
“Congratulamo-nos com a decisão de conduzir tal investigação e com o compromisso do Secretário-Geral Guterres de tomar medidas decisivas para responder, caso as alegações se revelem precisas”, continuou.
Austrália: A Austrália seguiu os Estados Unidos na decisão e suspendeu o apoio temporariamente.
“As alegações de que o pessoal da UNRWA esteve envolvido nos abomináveis ataques terroristas de 7 de outubro são profundamente preocupantes”, disse a ministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Penny Wong, num comunicado publicado neste sábado (27) no X, antigo Twitter.
Allegations UNRWA staff were involved in the abhorrent October 7 terror attacks are deeply concerning.
Australia welcomes UNRWA’s swift response and will engage closely on investigations.
We are speaking with partners and will temporarily pause disbursement of recent funding. pic.twitter.com/Havwserjh3
— Senator Penny Wong (@SenatorWong) January 27, 2024
Ela acrescentou que, embora “a Austrália acolhe com satisfação a resposta rápida da UNRWA”, irá “pausar temporariamente o desembolso do financiamento recentemente anunciado”, à medida que a capital australiana Canberra se envolve “estreitamente com a UNRWA nas investigações” e consulta parceiros internacionais.
Canadá: O ministro do Desenvolvimento Internacional do Canadá, Ahmed Hussen, fez o anúncio na sexta-feira no X. “O Canadá condena o ataque de 7 de outubro a Israel. Estou profundamente preocupado com as alegações relacionadas a alguns funcionários da UNRWA”, escreveu ele.
Canada unequivocally condemns the October 7th attack on Israel. I am deeply troubled by the allegations relating to some UNRWA employees. I have instructed Global Affairs Canada to pause all additional funding to UNRWA pending the outcome of the investigation. Read my statement: pic.twitter.com/YfEbwhKvzx
— Ahmed Hussen (@HonAhmedHussen) January 26, 2024
Itália: O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, confirmou em X que a Itália também suspendeu o financiamento da UNRWA, acrescentando que “estamos comprometidos em fornecer assistência humanitária à população palestina e proteger a segurança de Israel.”
Il Governo italiano ha sospeso finanziamenti @UNRWA dopo l’atroce attacco di Hamas contro Israele del 7 ottobre. Paesi Alleati hanno recentemente preso stessa decisione. Siamo impegnati nell’assistenza umanitaria alla popolazione palestinese, tutelando la sicurezza di Israele.
— Antonio Tajani (@Antonio_Tajani) January 27, 2024
Reino Unido: Em um comunicado compartilhado com a CNN, o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido disse que estava “chocado com as alegações de que a equipe da UNRWA estava envolvida no ataque de 7 de outubro contra Israel, um ato hediondo de terrorismo que o governo do Reino Unido condenou repetidamente.”
Finlândia: O Ministério das Relações Exteriores da Finlândia disse neste sábado que suspendeu seu financiamento de cinco milhões de euros (cerca de US$ 5,4 milhões) por ano devido às “sérias alegações”. Ele pediu uma “investigação independente e completa do assunto.”
Entenda o caso:
A agência das Nações Unidas de assistência aos palestinos (UNRWA) disse na sexta-feira que abriu uma investigação sobre funcionários suspeitos de envolvimento nos ataques de 7 de outubro em Israel pelo Hamas e que cortou os laços com esses funcionários.
“As autoridades israelenses forneceram à UNRWA informações sobre o suposto envolvimento de vários funcionários da UNRWA nos terríveis ataques a Israel em 7 de outubro”, disse Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA.
“Para proteger a capacidade da agência de prestar assistência humanitária, tomei a decisão de rescindir imediatamente os contratos desses funcionários e iniciar uma investigação para estabelecer a verdade sem demora”, afirma Lazzarini.
A UNRWA, criada em 1949 após a primeira guerra árabe-israelense, oferece serviços que incluem educação, cuidados primários de saúde e ajuda humanitária aos palestinos em Gaza, Cisjordânia, Jordânia, Síria e Líbano.
A UNRWA tem fornecido ajuda e usado suas instalações para abrigar pessoas que fugiram de bombardeios e de uma ofensiva terrestre lançada por Israel em Gaza após os ataques de 7 de outubro, nos quais, segundo Israel, 1.200 pessoas morreram e 253 pessoas foram feitas reféns.
A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) pediu aos países que suspenderam o apoio à Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA) voltarem atrás. “Apelamos aos países que anunciaram a cessação de seu apoio à UNRWA para que retirem imediatamente sua decisão”, disse o secretário-geral da Organização de Libertação da Palestina, Hussein Al-Sheikh, em comunicado neste sábado.