sábado, agosto 3, 2024
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Veja algas microscópicas puxando micromáquinas

Há eras, o ser humano usa animais para puxarem veículos, como carroças e trenós. Mas você já viu uma versão microscópica de micromáquinas puxada por algas unicelulares? Pois foi exatamente isso que os cientistas da Universidade de Tóquio (Japão) conseguiram fazer.

Publicado na Small, o estudo tinha como objetivo compreender se a grande velocidade que as células individuais de algas alcançam (cerca de dez comprimentos corporais) poderia ser, literalmente, aproveitada para puxar algo projetado para isso e para esses espécimes.

À Universidade de Tóquio, o ex-estudante da Graduate School of Information Science and Technology da Universidade de Tóquio e um dos líderes do projeto, Naoto Shimizu, explicou a motivação para realizar a pesquisa. “Fomos inspirados a tentar aproveitar a Chlamydomonas reinhardtii, alga muito comum encontrada em todo o mundo, após ficarmos impressionados com suas capacidades de natação rápidas e irrestritas.”

Armadilha para as algas; à esquerda, uma representação gráfica; à direita, uma alga real dentro do dispositivo (Imagem: Shoji Takeuchi/Universidade de Tóquio)

“Agora, mostramos que essas algas podem ser capturadas sem prejudicar sua mobilidade, oferecendo nova opção para propulsão de micromáquinas que podem ser usadas para fins de engenharia ou pesquisa”, exemplificou.

À esquerda, a scooter; à direita, o rotador, em imagens de microscópio (Imagem: Shoji Takeuchi/Universidade de Tóquio)
  • O primeiro passo dado pela equipe foi projetar uma armadilha capaz de capturar as algas, de modo que elas seguissem nadando livremente;
  • O design vencedor foi uma em formato de cesta, feita de três anéis e medindo, respectivamente, sete, dez e 13 micrômetros;
  • As algas são muito grandes para passar pelo anel de 7 µm, mas, mesmo assim, conseguem esticar seus flagelos (apêndices que lembram chicotes, utilizadas pelo animal para se arrastar pela água);
  • As armadilhas foram acopladas a dois diferentes tipos de veículos;
  • O primeiro foi apelidado de “scooter”, composto por duas armadilhas puxando uma caixa atrás delas, semelhante a uma carroça para cavalos;
  • A segunda ficou conhecida como “rotador” e lembra uma roda gigante com quatro armadilhas que impulsionam o veículo em um círculo.
Algas movimentando a scooter (Imagem: Shoji Takeuchi/Universidade de Tóquio)

De fato, o rotador se mostrou eficiente, girando a velocidade entre 20 e 40 micrômetros por segundo. Porém, os pesquisadores previam que ele se moveria em apenas uma só direção, o que se mostrou incorreto, pois ele meio que rolou e girou.

Como Shimizu explicou, ele e seus colegas visam criar micromáquinas mais complexas que podem se mover de diversas formas, ajudando no estudo das algas e, quem sabe, colocando-as para trabalhar (mas sem pagar um tostão para as pequeninas).

Para o professor Shoji Takeuchi, que supervisionou o projeto, “esses métodos têm o potencial de evoluir, no futuro, para tecnologia que pode ser usada para monitoramento ambiental em ambientes aquáticos e para transporte de substâncias usando microrganismos, como poluentes em movimento ou nutrientes na água”.

Algas movimentando o rotador (Imagem: Shoji Takeuchi/Universidade de Tóquio)

Via Olhar Digital

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