Quase 500%. Esse foi o aumento do número de casos de vazamentos de dados só na primeira metade de 2024, segundo relatório do Centro de Recursos para Roubo de Identidade (ITRC, na sigla em inglês). Ao todo, foram 1,1 bilhão de casos – aumento de 490% em comparação ao primeiro semestre de 2023.
Já quando se considera o número de vítimas afetadas pelos vazamentos, os números ficam mais assustadores ainda: um bilhão, no segundo trimestre de 2024 (aumento de 1.170% em comparação ao mesmo período de 2023).
Para você ter ideia, o total de pessoas afetadas por vazamentos de dados em 2023, considerando o ano todo, foi “apenas” 353 milhões. Os dados constam no relatório de meio de ano publicado recentemente pela ITRC.
Aumento enorme de vítimas de vazamentos de dados vem de punhado de casos
Apesar do aumento no número de vítimas afetadas pelos vazamentos de dados ter sido tão expressivo, o relatório aponta que ele ocorreu por conta de um punhado de casos.
O documento citou os seguintes casos:
- Serviço de nuvem Snowflake: 900 milhões de vítimas;
- Prudential Financial: 2,5 milhões de vítimas;
- Sistema Infosys McCamish: 6 milhões de vítimas.
“As tendências que vimos emergir em 2023, que levaram a um ano recorde de comprometimento de dados, continuam em 2024”, disse Eva Velasquez, presidente e CEO do ITRC, em comunicado.
A principal conclusão deste relatório é simples: Cada pessoa, empresa, instituição e agência governamental deve ver a proteção de dados e identidade com um senso de urgência maior.
Eva Velasquez, presidente e CEO do ITRC
Maior operadora de telefonia dos EUA é vítima de vazamento de dados
Recentemente, a AT&T, maior operadora de telefonia dos EUA, informou ter sido vítima de ataque hacker. Foram roubados, pelo menos, seis meses de registros telefônicos de 2022 de quase todos os clientes móveis da empresa de telefonia.
A companhia disse que os cerca de 110 milhões de clientes afetados não tiveram o conteúdo das chamadas e mensagens de texto obtidos pelos invasores. Mas entre os dados roubados estavam algo incomum: as localizações estimadas de alguns usuários.
É difícil saber se e como tais informações podem ser utilizadas contra os clientes lesados. Será que algo parecido poderia acontecer no Brasil? Esta foi a pergunta que o Olhar Digital fez a especialistas – veja o que eles responderam.