O Vaticano tomou a decisão de remover a imagem do Menino Jesus envolto em um keffiyeh, lenço símbolo da resistência palestina, do presépio exibido na Sala Paulo VI. O local é usado para o papa Francisco realizar as audiências gerais durante o inverno europeu. O portal Vatican News divulgou as informações nesta quarta-feira, 11.
Criada por artistas palestinos de Belém, na Cisjordânia, a obra causou desconforto na comunidade judaica em razão do simbolismo ligado ao keffiyeh.
Líderes religiosos do Vaticano se manifestaram
Segundo Vatican News, Marco Cassuto Morselli, presidente da Federação da Amizade Hebraico-Cristã da Itália, manifestou “incômodo” em relação à representação.
O rabino-chefe de Gênova, Giuseppe Momigliano, por sua vez, considerou o episódio “particularmente inquietante”. Além disso, ele disse que a representação poderia ignorar as origens judaicas de Jesus Cristo.
Artista responsável pela obra defendeu a inclusão do keffiyeh
Taisir Hasbun, o artista palestino responsável pelo presépio, defendeu a inclusão do keffiyeh. “Trata-se de um modo de fazer com que os visitantes presentes na Sala Paulo VI saibam da nossa existência”, disse.
O papa Francisco, que frequentemente se posiciona a favor da paz no Oriente Médio, levantou, em um livro recente, a questão sobre se a guerra na Faixa de Gaza poderia ser considerada genocídio. Ele pediu investigações cuidadosas sobre o conflito.