Na hora de configurar o Wi-Fi, às vezes cometemos erros sem saber. Para que a configuração de redes Wi-Fi sejam feitas de maneira eficaz e segura, é importante entender alguns aspectos básicos e configurações essenciais.
Essa não é uma tarefa difícil, mas envolve alguns passos que requerem atenção e um pouco de conhecimento sobre segurança e funcionalidades básicas do roteador. A maioria dos roteadores atuais têm interfaces amigáveis, e alguns até oferecem assistentes de configuração que ajudam a ajustar as configurações de segurança mais comuns.
Além disso, é recomendável também o conhecimento de algumas práticas, como a criptografia de rede, configuração da senha de Wi-Fi, nome da rede e outras configurações avançadas.
Mas calma, para a maioria dos usuários, essas configurações são bastante diretas e podem ser feitas em alguns minutos seguindo as orientações do fabricante. Em caso de dificuldades, é possível consultar o manual do roteador ou buscar tutoriais online, já que a interface pode variar conforme o modelo do dispositivo.
10 erros para evitar ao configurar seu Wi-Fi
Para facilitar ainda mais, abaixo listamos exemplos de erros que você pode evitar ao configurar sua rede Wi-Fi, com essas informações será mais fácil conseguir realizar o processo e garantir segurança, estabilidade e melhor desempenho.
1. Usar uma senha fraca
Usar uma senha fraca para o Wi-Fi é um erro comum que compromete a segurança da rede. Senhas simples, como “12345678” ou “senha123,” são fáceis de adivinhar ou quebrar com ferramentas de força bruta, tornando sua rede vulnerável a acessos não autorizados. Além de abrir a rede para invasores, uma senha fraca também permite que terceiros consumam sua largura de banda e até acessem dados pessoais se conseguirem comprometer dispositivos conectados.
Então, o que faz uma senha ser forte? Uma senha segura deve ter pelo menos 12 caracteres e combinar letras maiúsculas e minúsculas, números e símbolos. Evite sequências óbvias, como “abc123” ou datas de nascimento, pois são fáceis de adivinhar. Para criar uma senha forte e fácil de lembrar, você pode formar uma frase que inclua letras substituídas por símbolos (por exemplo, “S3gur@W!F!2024”).
Usar uma senha forte para o Wi-Fi é uma das primeiras barreiras contra invasões, protegendo tanto sua conexão quanto os dispositivos na rede.
2. Escolher uma criptografia desatualizada
WPA e WEP são métodos de criptografia ultrapassados e vulneráveis. Sempre que possível, selecione WPA3 ou WPA2 para garantir que a rede esteja protegida. Como é que é? Vou explicar:
WPA2 é considerado seguro por muitos anos, ainda é amplamente utilizado e oferece uma boa proteção, especialmente em redes domésticas.
WPA3 é a última geração de criptografia, lançada em 2018, traz melhorias significativas de segurança, como a criptografia individual de dados e maior resistência a ataques de força bruta.
E qual escolher? Sempre que possível, escolha WPA3. Se o roteador não oferece suporte ao WPA3, o WPA2 é uma boa opção. Evite WEP e WPA para garantir que sua rede esteja protegida de invasores. A atualização para criptografias mais modernas é uma das medidas mais eficazes para proteger sua rede Wi-Fi e os dispositivos conectados a ela.
Verificar e configurar a criptografia é fácil: basta acessar o painel de administração do roteador e ajustar as configurações de segurança na seção de rede Wi-Fi.
3. Não atualizar o firmware do roteador
Não atualizar o firmware do roteador é um dos erros comuns que pode deixar sua configuração de rede Wi-Fi vulnerável a ataques. O firmware é o software interno do roteador, responsável por suas operações e configurações.
Fabricantes de roteadores lançam atualizações de firmware para corrigir vulnerabilidades, melhorar a segurança e otimizar o desempenho. Ignorar essas atualizações pode permitir que hackers explorem falhas conhecidas para acessar sua rede.
Vou te contar como atualizar o firmware do roteador:
- Acesse o painel do roteador: normalmente, é possível acessá-lo digitando o IP (como 192.168.1.1) no navegador e entrando com seu login administrativo.
- Verifique a seção de atualização: a maioria dos roteadores tem uma aba específica para atualizações de firmware.
- Baixe e instale o firmware: siga as instruções do fabricante; algumas atualizações podem ser feitas automaticamente, enquanto outras podem exigir o download do arquivo no site do fabricante.
4. Posicionar o roteador em local inadequado
Colocar o roteador em um canto, embaixo de móveis ou atrás de paredes de concreto prejudica a força do sinal. Posicione-o em um local central e elevado para melhor cobertura, como uma prateleira, de preferência no centro da casa, para que o sinal se espalhe melhor em todas as direções.
Evite bloqueios mantendo o roteador longe de paredes espessas e outros obstáculos. Até aqui é fácil. O pulo do gato desta dica está em verificar também a frequência (2,4 GHz ou 5 GHz). Se o roteador for Dual-Band, use a banda de 2,4 GHz para locais mais distantes, pois ela tem um alcance maior e atravessa melhor os obstáculos, enquanto a banda de 5 GHz oferece maior velocidade para dispositivos próximos.
A posição ideal do roteador pode melhorar significativamente a experiência de internet em todos os dispositivos conectados.
5. Usar o SSID padrão
Usar o nome padrão, como “TP-Link123” ou “D-Link,” facilita a vida de hackers, pois indica a marca do roteador e a vulnerabilidade de segurança. Personalize o nome da rede sem revelar informações pessoais.
É um dos erros que podem comprometer a segurança da sua rede. Quando o SSID permanece padrão, ele fornece aos invasores informações sobre o fabricante e, muitas vezes, o modelo do roteador, facilitando a identificação de possíveis vulnerabilidades específicas de determinado fabricante.
Motivos não faltam para evitar o SSID padrão. Muitos ataques automáticos direcionados a roteadores identificam SSIDs comuns para encontrar redes fáceis de acessar. O nome padrão do SSID indica que a configuração de segurança pode ser fraca ou pouco personalizada.
Ferramentas de força bruta que tentam senhas comuns são mais eficazes em roteadores com SSID padrão, pois esse nome sugere uma falta de personalização e segurança.
Se muitos vizinhos têm roteadores do mesmo fabricante, redes com o mesmo SSID padrão podem causar interferência e dificultar a conexão correta.
Como escolher um SSID personalizado e seguro:
- Escolha um nome que não revele informações pessoais, como seu nome ou endereço.
- Evite referências diretas ao fabricante do roteador.
- Crie um nome único, mas fácil de identificar para os membros da casa.
Personalizar o SSID é um passo simples que contribui para a segurança e facilita a gestão da rede Wi-Fi. A configuração pode ser feita no painel de administração do roteador, acessível pelo IP padrão do dispositivo.
6. Desativar o firewall do roteador
O firewall ajuda a bloquear acessos não autorizados e protege contra ameaças externas. Certifique-se de que ele esteja ativado e configurado corretamente.
Desativar o firewall do roteador é um erro que pode expor sua rede a ataques e acessos não autorizados. O firewall do roteador atua como uma barreira de segurança, bloqueando conexões suspeitas e ajudando a proteger os dispositivos conectados contra ameaças externas, como malwares e invasões.
Sem ele, sua rede fica mais vulnerável, especialmente em situações de acesso remoto ou em redes de empresas e locais públicos.
A menos que haja uma necessidade específica, como para configuração de uma rede interna muito controlada ou ao resolver problemas técnicos específicos, o firewall deve sempre estar ativado. Em alguns casos, uma configuração avançada pode ser necessária para balancear a segurança e o desempenho da rede, mas desativá-lo completamente deixa a rede vulnerável.
Para configurar o firewall do roteador corretamente, siga por aqui:
- Acesse o painel de controle do roteador (geralmente via IP no navegador).
- Encontre as configurações de firewall e ajuste as permissões conforme necessário.
- Habilite o registro de logs para monitorar tentativas de acesso à rede.
Manter o firewall ativo é essencial para proteger sua rede e os dispositivos nela conectados. Ele atua como uma camada de defesa indispensável, especialmente com o crescente número de dispositivos conectados na era da Internet das Coisas (IoT).
7. Manter a senha de admin do roteador como padrão
De novo, pelos mesmos motivos de vulnerabilidade e segurança, é uma péssima ideia manter a senha de admin do roteador como padrão. Muitos roteadores vêm com senhas padrão fáceis de adivinhar. Modifique a senha de administrador para uma senha forte, diferente da senha do Wi-Fi.
Qualquer pessoa que consiga se conectar ao roteador, mesmo de forma limitada, pode usar a senha padrão para acessar a interface de administração e fazer mudanças que comprometam a segurança da rede.
Um invasor que obtenha acesso administrativo pode desativar o firewall, redirecionar o tráfego para sites maliciosos, ou mesmo roubar dados de dispositivos conectados.
Hackers podem configurar o roteador para distribuir malwares para dispositivos conectados, especialmente se ele for vulnerável a ataques.
Para alterar a senha de admin do roteador, é simples. Abra o navegador e insira o IP do roteador (normalmente algo como 192.168.1.1). Na maioria dos roteadores, há uma seção específica para alterar o login de administrador. E, por favor, escolha uma senha forte. Use uma combinação de letras maiúsculas, minúsculas, números e caracteres especiais, e evite informações pessoais ou datas fáceis de adivinhar.
Lembre-se, não tem mais bobo no ciberespaço! Não seja o último deles.
8. Ignorar configurações de qualidade de serviço (QoS)
Configurar o QoS pode melhorar o desempenho da rede, priorizando dispositivos ou atividades críticas, como streaming e videoconferências. É útil em casas com muitos dispositivos conectados.
É um erro que pode impactar negativamente a performance da rede, especialmente em ambientes onde múltiplos dispositivos estão conectados e competindo por largura de banda. QoS é um recurso que permite priorizar o tráfego de determinados aplicativos ou dispositivos na rede, garantindo que atividades críticas, como chamadas de vídeo, jogos online e streaming, tenham a largura de banda necessária para funcionar sem interrupções.
E por que configurar QoS? Aqui vão algumas razões. Permite que você defina quais dispositivos ou aplicativos terão prioridade na rede. Por exemplo, você pode dar prioridade ao seu laptop para videoconferências, enquanto limita a banda para atividades menos importantes, como downloads em segundo plano.
Sem QoS, atividades como downloads pesados ou o uso intensivo de dados em um dispositivo podem sobrecarregar a rede, causando lag e buffering em dispositivos ou tarefas essenciais.
Para residências com múltiplos usuários, QoS ajuda a equilibrar o uso da internet, garantindo que todos os dispositivos funcionem com uma velocidade aceitável, sem que uma única atividade monopolize a conexão.
Como configurar QoS no roteador:
- Insira o IP do roteador no navegador e acesse o painel de administração.
- Encontre as configurações de QoS: geralmente, a seção de QoS permite adicionar dispositivos por prioridade ou especificar aplicações.
- Adicione regras de prioridade para dispositivos específicos, como o computador de trabalho ou o console de jogos, e selecione a prioridade (alta, média, baixa) para garantir uma boa experiência de rede.
9. Não proteger o acesso ao roteador
Se chegou até aqui, já entendeu o quanto preservar sua segurança é importante ao configurar uma rede Wi-Fi. Acesso irrestrito ao roteador permite que outras pessoas alterem suas configurações e todas as precauções acima citadas não adiantarão de nada. Restrinja o acesso de administração para IPs específicos e mantenha-o bloqueado para redes externas.
Em redes desprotegidas, invasores podem conectar-se e consumir a largura de banda, afetando o desempenho da internet. Isso também representa uma ameaça para a privacidade, pois dados de navegação podem ser monitorados.
Muitos roteadores permitem acesso remoto à administração. Desative essa opção, a menos que seja absolutamente necessária.
10. Deixar o WPS ativado
O WPS (Wi-Fi Protected Setup) facilita a conexão, mas é vulnerável a ataques. Se não for essencial, desative o WPS para fortalecer a segurança da rede.
O WPS permite que dispositivos se conectem à rede usando um código PIN ou um botão físico, mas o método de PIN tem falhas que podem facilitar ataques de força bruta.
O PIN de WPS é curto e dividido em duas partes, permitindo que hackers usem programas para adivinhar o código em questão de horas. Esse processo é muito mais fácil do que tentar descobrir a senha completa do Wi-Fi.
Muitos roteadores antigos têm o WPS ativado por padrão e são mais vulneráveis a ataques, especialmente se não há opção de desativação direta para o PIN WPS.
Como desativar o WPS:
- Acesse o painel de configuração do roteador: digite o endereço IP do roteador no navegador para abrir o painel de administração.
- Localize a configuração de WPS: a maioria dos roteadores possui uma seção dedicada ao WPS.
- Desative o WPS: se possível, opte por desativá-lo completamente para aumentar a segurança da rede.
Dica bônus: aqui vou falar da velocidade de internet contratada no seu plano. Nos planos de internet, a velocidade contratada em “megas” (Mbps – megabits por segundo) se refere à taxa de transmissão de dados que a operadora disponibiliza para download e upload.
Isso significa que, se você contrata um plano de, por exemplo, 100 Mbps, em teoria, a sua rede tem a capacidade de baixar 100 megabits de dados por segundo. Para navegação, streaming e downloads, essa taxa influencia diretamente a velocidade e qualidade da experiência.
Como os “Megas” afetam o uso diário:
- Quanto mais megas, mais rápido o download. Um arquivo de 100 MB (megabytes) levaria cerca de 8 segundos em uma rede de 100 Mbps.
- Para streaming em HD, geralmente 5 Mbps são suficientes; para 4K, recomenda-se 25 Mbps ou mais.
- Para chamadas de vídeo de qualidade, uma velocidade de pelo menos 3 Mbps (para videochamadas em HD) é recomendada.
Fatores que afetam a velocidade real
A velocidade contratada é o máximo que a operadora oferece, mas o desempenho real pode ser menor devido a diversos fatores, como:
- Distância do roteador,
- Número de dispositivos conectados,
- Tipo de conexão (Wi-Fi ou cabo),
- Condições de rede da operadora.
Essa velocidade em “megas” é normalmente medida em Mbps (megabits por segundo), e é importante lembrar que 1 byte = 8 bits, então velocidades de download, por exemplo, precisam ser divididas por 8 para converter para MB/s (megabytes por segundo) se comparadas ao tamanho de arquivos.