Um ensaio clínico para uma vacina que promete combater formas agressivas do câncer de mama triplo negativo (CMTN) trouxe resultados positivos e que foram compartilhados recentemente no San Antonio Breast Cancer Symposium, que ocorreu entre 5 e 9 de dezembro.
Assim como as mulheres que desenvolvem o câncer, quem apresenta um alto risco genético de desenvolver esse tipo de doença também pode ser igualmente beneficiado com a oferta da vacina, uma vez que ela avance nas próximas etapas de testes e produção. A vacina está sendo desenvolvida pela Anixa Biosciences.
Avanços em testes com a vacina contra o CMTN
Os pesquisadores envolvidos nesse trabalho acreditam que o caminho para a cura pode estar mais próximo. Nesse ensaio, 16 pacientes receberam três doses da vacina desenvolvida, e todas desenvolveram resposta imune ao tumor.
Outro aspecto que pesa bastante durante o tratamento contra os tumores diz respeito à ocorrência de efeitos colaterais. Ainda segundo o resultado divulgado, nenhum efeito de maior proporção foi relatado dentro do grupo que recebeu a vacina, nem mesmo aqueles sintomas que remetem a formas mais comuns de gripes.
Por ora, o objetivo envolvido nessa etapa era o de determinar qual dose máxima de vacina poderia ser aplicada nas pessoas, além de acompanhar o tipo de resposta imune que seria percebida.
Resultados alcançados em teste clínico
Nessa primeira fase do ensaio, foi detectado que houve resposta imune nas células T de 75% das participantes, o que representou um bom avanço, superando a expectativa dos pesquisadores envolvidos nesse trabalho.
O câncer de mama triplo negativo corresponde a cerca de 15% dos tumores de mama diagnosticados e apresenta um alto risco de recorrência. Além de promover uma forma inovadora de permitir que, por meio da vacina, o sistema imunológico destrua o tumor, o objetivo ainda é garantir que a vacina evite a recorrência da doença.
O nome “triplo negativo” faz referência a uma característica das células cancerígenas, que não possuem receptores para progesterona, estrogênio, e não produzem uma proteína chamada HER2.
Com isso, além de se tratar de um tipo de tumor que evolui num ritmo mais rápido, são poucas as formas de tratamento disponíveis, já que as ofertadas costumam interagir com os hormônios ou com a própria proteína HER2. Geralmente essa condição se desenvolve em mulheres mais jovens, com menos de 40 anos, negras, e devido à sua maior agressividade, apresenta taxa de sobrevida média de 5 anos após o diagnóstico.
Apesar dessas diferenças, vale destacar que o CMTN apresenta os mesmos sintomas que as demais formas de câncer de mama, como a presença de nódulo ou massa nos seios, geralmente irregulares, e que também podem ser doloridos.
Vermelhidão, inchaço, irritações e alterações no formato dos seios, que não obrigatoriamente se tornam expressivas na medida em que o tumor evolui, também podem ser percebidas, o que ressalta a importância do autoexame periodicamente, além do acompanhamento médico e exames de rotina.