sexta-feira, novembro 22, 2024
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‘Única coisa que fiz foi indicar o delegado que prendeu Ronnie Lessa’, diz Rivaldo Barbosa, preso

O delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, afirmou, nesta segunda-feira, 15, que a “única coisa” que fez foi “indicar o delegado que prendeu” o ex-PM Ronnie Lessa, no âmbito da investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes.

Rivaldo Barbosa está preso preventivamente desde 24 de março. Ele depôs ao Conselho de Ética da Câmara no processo que pode cassar o mandato do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ).

Rivaldo, Chiquinho e Domingos Brazão são réus pela acusação de serem os mandantes do assassinato da vereadora. Rivaldo foi indicado como uma das testemunhas de Chiquinho, apesar de negar qualquer relação com a família Brazão.

Ao ser interpelado pela relatora do processo de cassação de Chiquinho, deputada federal Jack Rocha (PT-ES), o motivo de ser arrolado na lista de oitivas de Chiquinho, Rivaldo Barbosa ele respondeu que foi “tirado” de sua casa e o conduziram para o presídio e que não teria tido oportunidade de se defender da mesma forma que pôde fazer hoje. Além disso, negou qualquer contato com os irmãos Brazão. Ele ressaltou ainda que já perdeu 15 quilos na cadeia.

“Nunca falei com essas pessoas [irmãos Brazão] na minha vida, não existem para mim, com todo respeito que tenho pelo ser humano”, contou. “Não encontraram nenhum contato [meu] com esse ser humano. Estou aqui há quase 4 meses e, a única coisa que eu fiz foi indicar o delegado que prendeu o Ronnie Lessa com provas técnicas.”

Barbosa foi o responsável pela indicação do delegado Giniton Lages, responsável pela prisão de Lessa. O delegado comandou as investigações do caso Marielle no Estado. Lages também foi alvo da mesma operação contra Barbosa e usa tornozeleira eletrônica. Apesar de destacar que não sabia muitos detalhes sobre a investigação do caso Marielle, Barbosa disse que “todos foram investigados”, inclusive os irmãos Brazão.

“Toda linha que apareceu foi investigada”, explicou. “Todas as informações que chegavam para a investigação, ele [Giniton] abria uma ala para que fossem investigadas. Houve quebras de sigilos deles e da família toda.”

Em sua oitiva, Rivaldo Barbosa destacou o que chamou de “trabalho técnico” de Giniton. “Uma das coisas que eu mais queria era apresentar quem matou Anderson e Marielle”, pontuou. O delegado, conforme ele, “buscou a verdade e prendeu Ronnie Lessa com provas técnicas”.

Apesar de destacar que Marielle foi “morta pela milícia”, Rivaldo Barbosa disse não saber os motivos pelos quais a vereadora foi assassinada e que Giniton teria que responder isso. Ele explicou ainda que foi contra a federalização do caso, pois tinha “certeza” de que Giniton chegaria ao nome de Lessa. “Quem produziu o resultado que colocou Ronnie Lessa na cadeia foi quem eu indiquei”, disse.

Hoje, o Conselho de Ética da Câmara ouve diversas testemunhas no processo que pode cassar Chiquinho Brazão. Além de Rivaldo, o colegiado ouviu o vereador Willian Coelho (DC-RJ) e o ex-deputado Paulo Ramos (PDT-RJ).

Devem ser ouvidos ainda hoje o ex-vereador Tio Carlos (Solidariedade-RJ) e o delegado da Polícia Civil Daniel Rosa. Na terça-feira 16, será a vez dos irmãos Brazão falarem à comissão.

Via Revista Oeste

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