A União Europeia (UE) pediu, nesta terça-feira, 6, à ditadura da Venezuela que pare com a “intimidação judicial” contra os opositores. O pedido foi feito por Peter Stano, porta-voz da diplomacia da UE.
A declaração ocorreu depois que autoridades venezuelanas iniciaram uma investigação penal contra María Corina Machado e Edmundo González — os dois principais líderes da oposição. Estes dois últimos denunciam fraude na eleição presidencial do país.
De acordo com a ONG Foro Penal, até a manhã da segunda-feira 5, o regime chavista prendeu mais de mil manifestantes.
Maduro e a repressão aos manifestantes na Venezuela
O ditador Nicolás Maduro tem usado os policiais do regime para reprimir e prender os opositores. Em discurso no fim de semana, ele chamou os manifestantes de “fascistas”. Além disso, afirmou que os enviará a prisões de segurança máxima.
De acordo com a ONG Foro Penal, 91 dos detidos são adolescentes. A organização atualiza os números diariamente.
Até esta segunda-feira, a única região sem registros de detenções foi Dalta Amacuro, no leste da Venezuela. Entre as últimas prisões registradas no fim de semana está a de Kennedy Tejeda — um dos advogados da organização Foro Penal. Ele não teve permissão para receber defesa privada e desconhece as acusações.
O partido Vente Venezuela, liderado por María Corina Machado, denunciou a prisão de Fernando Feo, presidente da Câmara Municipal da cidade de Tinaquillo. Andrés Ruiz, um dos coordenadores políticos da opositora, também foi preso.
Em virtude do alto número de prisioneiros, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pediu à ditadura venezuelana que interrompa as prisões. Além disso, o órgão solicitou a libertação dos presos e o fim da “perseguição contra aqueles que defendem os direitos humanos”.
A Anistia Internacional também lamentou as detenções
No último fim de semana, a Anistia Internacional afirmou, por meio do Twitter/X, que a “lista de defensores dos direitos humanos e líderes políticos detidos arbitrariamente continua a crescer”.
Nesta segunda-feira, também denunciou o desaparecimento da trabalhadora humanitária e professora Edni López.
José Luis Santamaria é um ex-preso político venezuelano. Sofreu tortura por seis anos em prisões da ditadura de Nicolás Maduro.
Ele diz que, para lutar pelo seu país, é necessário “oferecer sua vida em martírio pela liberdade”. Em entrevista a Oeste, Santamaria deixou uma… pic.twitter.com/U7fgYT9tsV
— Revista Oeste (@revistaoeste) May 24, 2024
Na última quinta-feira, 1º, pouco antes de María Corina afirmar que estava escondida, o ditador venezuelano disse que as prisões de segurança máxima estariam prontas para receber os manifestantes em 15 dias.
“Todos os manifestantes vão para Tocorón e Tocuyito, presídios de segurança máxima”, disse Maduro, em ato transmitido pelo canal estatal VTV. “Querem transformar a Venezuela em um novo Haiti.”