A União Europeia (UE) voltou a insistir, neste sábado, 24, que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela deve publicar as atas das eleições presidenciais realizadas em 28 de julho e submetê-las a uma verificação independente.
O representante do alto escalão do bloco europeu, Josep Borrell, declarou em comunicado que, até o momento, as autoridades venezuelanas “não forneceram as provas públicas necessárias” para avaliar os resultados das eleições nas quais o CNE declarou o ditador Nicolás Maduro como vencedor.
Segundo o órgão eleitoral, Maduro obteve 6,4 milhões de votos e seu rival, Edmundo González, 5,3 milhões. A oposição afirma ter reunido registros de mais de 80% das 30 mil máquinas de votação eletrônica que mostram a vitória de González.
O que diz a União Europeia
A UE reforçou a pressão da comunidade internacional, que pede transparência no processo e rejeita o pronunciamento do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ). Esta última chancelou, na quinta-feira 22, os resultados do CNE a favor de Nicolás Maduro. Órgãos internacionais questionaram a independência do tribunal, composto de funcionários próximos ao regime chavista.
“Só serão aceitos e reconhecidos resultados completos e verificáveis de forma independente, que garantam o respeito à vontade popular do povo venezuelano”, afirmou Borrell, no comunicado.
A principal promotora de González e líder da oposição, María Corina Machado, tem pedido insistentemente à comunidade internacional o reconhecimento do que considera uma vitória contundente de González e pressiona para que esses resultados sejam reconhecidos pelo governo, como afirmou no Twitter/X.
A resposta da ditadura da Venezuela
A ditadura venezuelana repudiou a declaração de Borrell e afirmou que a conduta dos europeus é intervencionista. Em um comunicado da chancelaria, as autoridades de Caracas informaram que o “desrespeito contínuo” à soberania do país por parte da UE poderia “afetar de maneira considerável as relações diplomáticas, políticas e econômicas”.
Ao se referir às declarçaões de Borrell sobre as atas publicadas pela oposição, Caracas alega que esses documentos são “forjados”. Por fim, a Venezuela exigiu que a União Europeia se abstivesse de emitir comentários sobre assuntos de outros países.
Na véspera, dez países da América Latina e os Estados Unidos rejeitaram categoricamente a decisão do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela e solicitaram uma auditoria imparcial.
A secretaria-geral da Organização dos Estados Americanos também protestou e disse que “reconhecer como válidos os resultados do CNE com base na sentença do TSJ é validar uma fraude eleitoral”.
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, um dos maiores aliados de Maduro na região, afirmou que seu governo esperará que o CNE publique as atas eleitorais para decidir se reconhece o presidente venezuelano como vencedor.
Revista Oeste, com informações da Agência Estado